Sobre a final do Mundial (pós)

A vitória foi previsível, mas o resultado não.

O 4x0 que o Barcelona aplicou no Santos foi esmagador, soberbo, e poderia ter sido muito pior. Se fossem 5 ou 6 gols, ninguém estranharia. Porque foi um baile.

Acho que não há nenhum responsável direto pela derrota. Mas há erros, e muitos:

O principal é do nosso Muricy Ramalho. Teve 6 meses para se dedicar ao Mundial. Levou o Brasileirão em banho-maria, muitas vezes nem indo a campo comandar o time reserva que escalou por diversas vezes (mandava seu auxiliar Tata).

Durante as últimas rodadas do Brasileiro, Muricy chegou à conclusão de que Durval na lateral traria segurança à equipe. Desbancou Léo e nem deu esperanças de que o experiente baixinho poderia voltar à posição.

Nem no último jogo, em que foram escalados reservas, Léo teve vez. Elano, pelo contrário, participou da partida para ‘pegar ritmo’.

Foi então que o planejamento e a reflexão de Muricy caiu na semi-final contra o Kashiwa. A avenida Durval ficou evidente e despertou a atenção de todos, e alguma coisa teria que ser feita.

Foi então que Muricy deu a pior solução, e evidenciou um equívoco no planejamento sem precedentes.

Mesmo sem ter jogado uma partida no sistema de 3 zagueiros (com o time titular), escalou o trio Bruno Rodrigo, Edu Dracena e Durval na zaga, com Danilo e Léo pelas laterais (e não alas).

A ideia poderia ser postar 3 jogadores na zaga para ter 5 no meio, e com isso tentar povoar o melhor setor catalão.

Mas não foi isso que se viu. Com verdadeiros 5 zagueiros, o Santos fez uma barreira à frente da área, e deixou Arouca e Henrique perdidos atrás dos meias de azul-grená.

O resto, todos sabem. Assistência de Xavi, golaço de Messi (1x0); assistência de Daniel Alves, gol de Xavi (2x0); jogada de Messi e Daniel Alves, gol de Fábregas (3x0); assistência de Daniel Alves, golaço de Messi (4x0).

Ganso não fez nada, tampouco Neymar.

Era difícil segurar o Barça, mas o Santos escolheu o pior caminho.