A camisa "amarelinha" anda fora de moda?

No aspecto técnico, a Euro 2012 tem sido o segundo melhor torneio entre Seleções a que assisto desde que acompanho futebol. Para mim, só perde para a Copa de 1986, no México, a primeira desses 32 anos de vida. E uma olhada rápida nos 4 semi-finalistas da competição é suficiente para reforçar a tese: Alemanha, Espanha, Portugal e até a costumeiramente retranqueira Itália são equipes que jogam para frente, valorizam a posse de bola e contam com jogadores especiais, capazes de desequilibrar uma peleja.

É fato que os torneios entre representações nacionais sempre exerceram influência no estilo de jogo adotado no planeta bola em seus anos posteriores. Tendência da qual nunca fugiu o Brasil. Foi depois de 1994, por exemplo, que ganharam força os amados volantes de contenção, incapazes, sequer, de acertar um passe de 2 metros. Assim como foi comum, após 2006, aturar times brasileiros armados à base do trancado 4-5-1 empregado pelos italianos, àquela época.

No entanto, infelizmente, as eventuais mudanças agora não passam apenas pela simples cópia de um esquema ou de um jeito de atuar. Se não quiser ficar mais para trás em relação aos seus rivais europeus nos gramados, o país do futebol precisará rever conceitos que envolvem, sobretudo, o trabalho realizado nas divisões de base de suas agremiações. Foi assim, inclusive, que espanhois e alemães se reinventaram e atingiram o elevado nível em que se encontram hoje. Busca pela excelência que, feito tudo na vida, só apresentou resultados às custas de muita paciência. Receita de sucesso não tão simples, mas que parece ter caído também nas graças dos ingleses, que começarão a tomar medidas junto aos seus meninos para que o modelo ofensivo passe a ser a tônica das próximas gerações do English Team.

Uma delas, conforme li no blog especializado "God Save the Ball", do jornalista Daniel Leite, é reduzir as dimensões do campo utilizado em partidas do sub-7 ao sub-12 para que os guris, desde o "berço", sejam treinados mais a tocar do que correr. Procedimento que, segundo o responsável pelas categorias de base da FA, Nick Levett, " vai permitir maior número de  toques, dribles, duelos individuais, envolvimento e diversão, o que melhora o nível dos garotos”.

Mas, e por aqui, o que se anda a fazer para que a "Pátria de Chuteiras" não perca o bonde da História futebolística globalizada? A julgar pelo que leio, nesse exato instante, nos sites esportivos, pouca coisa. Juan, Thiago Ribeiro, Seedorf, Martinuccio, Deco, Juninho Pernambucano, Dátolo, D'alessandro, Conca. São eles as maiores atrações do noticiário. Todos bons de bola. Porém, a maioria veteranos. Alguns, estrangeiros. Que jamais vestirão a "Amarelinha". Cor que, pra nossa tristeza, anda fora de moda nos campos por aí.

Abraço!