Tá caro pra caramba!

A renda per capita na Alemanha é de cerca de US$ 35.900. O PIB do país, em 2010, foi estimado em cerca de US$ 2,951 trilhões. A taxa de analfabetismo é de cerca de 1%, apenas. Com um IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) considerado muito alto, em torno de 0,905, de acordo com o Pnud 2011.

Na semana passada, torcedores do Schalke 04, time da nação cujos alguns indicadores econômicos e sociais foram apresentados acima, protestaram contra o elevado valor que terão que pagar para assistirem à partida de volta, na Espanha, contra o Atlethic Bilbao, pelas quartas-de-final da Liga Europa. 90 euros, exatamente. Coisa de R$220,00, convertendo a quantia pelo câmbio de hoje.

Segundo eles, futebol não é sexo por telefone, para que seja cobrado 1 euro por cada minuto de uma peleja.

Por curiosidade, visitei o site oficial dos Azuis Reais para descobrir quanto é cobrado pelo ingresso na VELTINS Arena, a bela casa do clube de interminável Raúl.

O ingresso mais barato custa 15 euros, R$ 37,00, aproximadamente.

Os mais caros, 50 euros.

Preços bastante interessantes levando em conta o poder aquisitivo da população alemã e, também, as condições de estrutura, segurança e qualidade do estádio e de organização dos campeonatos que o Schalke disputa.

A renda per capita no Brasil é de R$ 16.414,00.

O PIB do país, em 2011, foi de R$4,143 trilhões. Número vistoso, é verdade, mas que maqueia os problemas de concentração de renda nas mãos de uma minoria.

A taxa de analfabetismo é de 9,6%.

Com um IDH 0,718, de forma enganosa, considerado alto, de acordo com o Pnud 2011.

Para o clássico contra o Botafogo, o torcedor tricolor pagou R$ 40,00 pelo bilhete mais oneroso. Valor que subiu para R$50,00 na estreia na Libertadores, contra o Arsenal.

Competição continental que costuma inflacionar as cifras na terra do futebol. Em Corinthians X Cruz Azul, por exemplo, alguns loucos do bando gastaram até R$300, 00 para assistirem ao Timão em ação no sonho sul-americano.

Não sei quais critérios os clubes brasileiros utilizam para determinar quando o fanático torcedor vai pagar. Nem mesmo imagino se há critérios.

Porque levando em conta o poder aquisitivo da população brasileira e, sobretudo, a (falta de) estrutura, segurança e qualidade dos estádios do país, e a bagunça que impera nos campeonatos cá por essas bandas, parafraseando a propaganda da empresa de telecomunicações, o ingresso tá caro pra caramba!

Abraço!