Mesmo com lesões, Dorival não abre mão do 4-2-3-1. Ausências de D’Alessandro e Oscar modificaram a dinâmica de jogo do Inter. Um clássico meia armador prejudicou imensamente o jogo colorado, Tinga não é este homem.
Fluminense de Abel Braga segue no mesmo 4-2-3-1. A exemplo do Inter, também sente imensa falta de Wellington Nem. O “único” homem de ataque foi anulado por Índio, Fred não voltou bem pós-lesão.
Diagrama tático : Ambos os times no 4-2-3-1. Setas pretas, movimentos ofensivos, amarelas defensivos. |
Kleber foi substituído aos 43 do primeiro tempo, Fabricio entrou no seu lugar.
Fluminense por sua vez tinha proposta de jogo muito simples. Prender os volantes frente aos zagueiros e liberar os laterais para o apoio. Wingers, Thiago Neves e Rafael Sóbis de pés invertidos não faziam dobradinha com laterais, mas sim a diagonal para o centro. Deco foi perseguido por Sandro Silva, o luso-brasileiro não teve vida fácil.
Outra peculiaridade dos times. Ambos jogavam por um lado, o esquerdo. Inter com Kleber, Datolo e Tinga, as costas de Thiago Neves e batendo de frente com Bruno e Edinho. Fluminense jogava as costas de Dagoberto com Carlinhos e Deco, era mano a mano com Nei e Sandro Silva.
Inter sem um articulador nato. Datolo saía do flanco e ingressava pelo centro para tentar organizar. Dagoberto se restringia ao flanco e sem auxilio de Nei pouco apareceu. Fluminense dependia de uma rápida saída de bola, volantes com pouca qualidade técnica não auxiliavam em nada. O contragolpe se tornou a principal arma, mas wingers sempre foram coadjuvantes, tudo dependia dos laterais e Deco.
Outro fato espelhado. Erro de passes. Ambas as equipes truncavam o jogo no meio campo graças aos passes errados. Leandro Damião e Fred foram meros expectadores da partida. A explicação por estes passes errados é que ambos os times jogavam objetivamente, o passe pensado era inexistente. Os times pouco ingressaram na área, volume de jogo grande em zona central do campo.
Diguinho sentiu lesão e saiu aos 30 minutos do primeiro tempo, no seu lugar entrou Jean. O esquema se manteve, apenas Jean foi para direita e Edinho para esquerda, com Jean o Fluminense ganhou em presença ofensiva.
Flagrante tático : Fluminense no 4-2-3-1 com wingers adiantados próximos a Fred. |
Segundo Tempo
Outro Inter em campo. O que se espera de um time que joga em casa com apoio de sua torcida? Pressionar o adversário e procurar o gol sempre. Pois bem, Jajá entrou no lugar de Dagoberto, que estava descontado desde os 23 minutos. A dinâmica de jogo melhorou, Jajá possui força física, retém bola e gira sobre o adversário, sua movimentação confundiu marcação, pois caía era pelo centro, ora pelos flancos.
Diagrama tático : Inter se postando no campo do Fluminense. |
Durante os primeiros 15 minutos o Inter adiantou marcação, pressionou com ambos os laterais e aproximou as linhas de defesa-meio-ataque. Damião foi mais bem acionado, Datolo ganhou dinâmica e Jajá reanimou o meio campo.
Fluminense foi obrigado a recuar e a se acuar no próprio campo. Os laterais já não passavam, os volantes careciam do auxilio dos homens de frente para não deixar o Inter jogar. Finalmente Thiago Neves e Rafael Sóbis recuaram e tentavam marcar o apoio dos laterais.
Logo aos 10 minutos da segunda etapa, PENALTI para o Internacional. Edinho fez o que era esperado de sua conduta. Um lance tosco em Leandro Damião, Edinho com um pontapé levantou o centroavante colorado. Datolo persuadiu Nei e foi o homem da cobrança.
Pausa, este foi o divisor de águas entre o bom jogo colorado e a recaída.
Datolo primeiramente deu as costas para bola - algo que não se deve fazer-, é canhoto - não que seja importante, apenas uma constatação – e, entregou o ouro ao ladrão, no caso o goleiro Diego Cavallieri, pois olhou duas vezes para o canto que ia bater, o argentino telegrafou o pênalti. Cavallieri pegou e seguiu o mesmo 0x0.
Os 15 minutos pós pênalti lembraram muito o primeiro tempo. Datolo afundou, não se encontrou mais no jogo. O Fluminense cresceu e começava novamente a trocar passes. Dorival demorou em tirar o argentino do jogo, mais precisamente somente aos 40 minutos.
Aos poucos o Inter foi se encontrando no jogo, graças a Jajá que chamou a responsabilidade e aceitou o jogo truncado contra meio campistas cariocas. Fabricio foi mais efetivo que Kleber pela esquerda.
Flagrante tático : Inter no 4-2-3-1 com Datolo perseguindo Bruno. |
Ainda aconteceram duas trocas. Jô entrou no lugar de Datolo e seguiu na ponta esquerda, porém ainda mais agudo. Junio entrou no lugar de Rafael Sóbis, por vezes foi ponta e outras atacante ao lado de Fred.
Os últimos oito minutos foram de pressão colorada. Bola na trave, bicicleta de Leandro Damião e o time sempre rondando a área carioca. O empate se manteve e fica tudo para daqui a duas semanas, a decisão será no Engenhão. Que o melhor vença.