
O Levante é uma surpresa do campeonato espanhol, esta em quinto na classificação geral, chegou a ser líder do campeonato. O que impressiona é o montante disponível para contratações e salários do clube, aproximadamente 21 milhões de euros, menos de 2 milhões de eu
Juan Ignacio Martinez, treinador do Levante, armou sua equipe no hibrido 4-4-1-1 sem bola para o 4-2-3-1 com posse da mesma. O treinador soube, em parte, como anular o time catalão. O agrupamento de jogadores frente sua área dificultou as diagonais do Barcelona. A marcação a zona beneficiou a posse de bola do Barça, mas o posicionamento dos jogadores, do Levante, não deixava o time de Pep encontrar espaços.
O jogo sempre foi proposto pelo Barcelona, à posse de bola beirou os 70%. Desde os primeiros minutos o Levante já se encontrava acuado em seu campo. O Levante posicionou NOVE jogadores frente sua área, povoou o meio campo e aproximou as linhas. Espaço para o time de Guardiola tocar era minúsculo, qualquer palmo de campo era muito.
![]() |
Flagrante tático : Levante agrupa 9 jogadores em seu campo e não cede espaços ao Barcelona. |
O agrupamento de jogadores prejudicava o jogo do Barcelona. A filosofia catalã de infiltrar por diagonais foi raridade, entrar a toques na área não existiu. Os pontas do Barça começavam a erguer bolas na área sem direção, sequer eram cruzamentos rasantes, mas sim os famosos chuveirinhos.
Logo que o Levante recuperava a posse de bola o passe longo era a principal arma. O passe acelerado sempre na vertical tinha como intuito pegar o Barcelona no contra pé. Geralmente a ligação direta procurava Valdo na direita, as costas de Adriano, lateral de origem, mas improvisado de zagueiro. Koné tinha de se virar contra sua sombra, Mascherano. Pedro Botelho na direita apenas fechava o flanco, ofensivamente contribuía pouco. Barkero ora atacante ao lado de Koné, ora meia tabelando com Valdo. O Levante sempre foi mais agudo pela direita com Valdo em velocidade. O time de Juan Ignacio sempre procurou passes na diagonal, cruzamentos foram raros, pois apenas Koné estava na área.
Ao perder a bola o time contava com a solidariedade de quase todos, compactação e recuo das linhas para formar o 4-4-1-1, Koné era o único a frente que não auxiliava o setor defensivo. Pedro Botelho, lateral de origem, fechava o flanco esquerdo e por vezes alinhava-se a primeira linha de quatro. Barkero recuava e se posicionava frente à linha de meio campo. Valdo demorava na recomposição, mas o Barca pouco explorou seu lado. Os volantes, Torres e Iborra, marcavam pelo centro, os lados do campo eram com laterais e wingers.
![]() |
Flagrante tático : 4-4-1-1 |
![]() |
Flagrante tático : 4-2-3-1 com presença dos volantes, wingers, meia central e centro-avante. |
O Barça empatou com Messi em um belo chute na entrada da área. O gol da virada gerou grande discussão. Teria sido pênalti? O bandeirinha sinalizou e o juiz confirmou. Messi cobrou e 2x1 Barcelona. O apito amigo tirou um ponto do Levante.
Texto de Eduardo Papke para a coluna Nó Tático.