Somos quem o dinheiro (não) nos faz ser.

Toda profissão, empresa, instituição ou setor de trabalho possui regras específicas de conduta que, a princípio, devem ser igualmente seguidas por seus componentes. Que terão eventuais falhas punidas, caso tais normas sejam descumpridas.

No entanto, sabemos, a prática não corresponde à teoria. Garanto, o amigo leitor poderia enumerar vários casos onde valeu o famoso "dois pesos, duas medidas". O Joãozinho "anônimo" que foi suspenso, enquanto o Miguelzinho "estrelinha" só levou uma bronquinha do chefe por ter chegado atrasado alguns minutos no serviço.

E no futebol não é diferente. Aliás, é pior. Escancarado. Ampliado pelo tratamento de exceção que recebem os medalhões da moda.

Adriano há muito pisa na bola. Não aparece para treinar. Vive longe da forma física ideal. Mas, segundas, terceiras, quartas, enésimas chances não faltam ao "Imperador".

Ronaldinho Gaúcho dorme, ao invés de treinar, por conta das noites de sono perdidas. Dentro de campo, é sorriso para ca, caras e bocas para lá, passe sem olhar do outro lado, o torcedor a ser enganado. E para a Seleção Brasileira o R10 continua a ser convocado.

E no atual cenário do futebol brasileiro, de bastantes rebeldes e descompromissados , poderíamos passar linhas e linhas enumerando situações nas quais boleiros renomados tiveram seus pecados perdoados: são os Jóbsons, Freds, Somálias, Robinhos e outros meninos levados.

É fato, Léo Rocha foi irresponsável ao cobrar um pênalti decisivo utilizando o artifício da arriscada "cavadinha". Apesar de que o predicativo do sujeito fatalmente transformaria-se em "confiante" caso a pelota houvesse entrado.

Pelo erro, até merecia ser advertido, nunca demitido, esquecido no Rio, tratado feito um boi vadio.

Mas Léo Rocha não vende milhões de camisas. Não atrai patrocínios milionários. É só mais um pobre coitado.

Cantariam os Engenheiros do Hawaii, a vida imita o vídeo. Nela, infelizmente, somos quem o dinheiro (não) nos faz ser.
Abraço!