Tenho ouvido muita gente criticar os Estaduais.
Em sua maior parte, os defensores do futebol como negócio.
Aqueles que substituíram o "frango", a "pelada", a "caneta" e o "olé", pelo Marketing, pelo business, pelos patrocínios e pelas cifras.
"Ronaldinho Gaúcho estrear contra o Nova Iguaçu? Que absurdo!"
"Fred marcar seus gols em Macaé, na Rua Bariri? Que desperdício!"
Foram apenas algumas das indignadas palavras dirigidas aos Américas e Democratas da vida.
Sim, porque, arrogantes, os profeneutas da objetividade nada mais querem que o fim dessas agremiações.
Como carrascos, pretendem estrangular uma parte da História do futebol brasileiro.
Disso, fico por aqui a recordar minha infância em Morro Azul do Tinguá, pequenino lugarejo no interior do Rio de Janeiro.
Na época, o programa de domingo era sempre o mesmo.
Lá por volta das 9, 10 horas da manhã, íamos para o campo da cidade.
E a jornada, então, começava com o jogo do mirim.
Depois, tinha o segundo quadro.
E, por fim, o primeiro.
Ah, o primeiro quadro, era nele que jogavam nossos craques.
O Tiquinho, o Lúcio, o Elon.
O sonho de todo menino de Morro Azul era jogar no primeiro quadro.
Não havia luxo, nem estrelas, mas todo mundo queria chegar ao primeiro quadro.
E aqueles, meu caso, que não tinham o talento para tal, não ousavam perder um jogo sequer do primeiro quadro.
Rotina que manteve o "campão" lotado por vários anos.
Mas, hoje é diferente.
Quem quer perder tempo para ver o "Zé Caroço" jogar?
Agora, futebol só dá IBOPE se tiver um astro em ação.
Não se vai ao estádio ver o jogo.
Se vai ao estádio cultuar um mísero homem.
Mas e aquele torcedor do interior?
O que torce para o Volta Redonda.
O que vibrava com o Guaratinguetá, cuja devoção de toda uma cidade acompanhei de perto.
Por não ter um "Fenômeno" em campo, será exorcizado do mundo da bola?
Antes de finalizar, peço perdão a todos.
Mas incorrerei em um erro que cometo com frequencia: comparar, futebolisticamente, o Brasil com a Inglaterra.
E podem poupar os dedos. Sei, perfeitamente, que as realidades são diferentes e coisa e tal.
Porém, nem venham. Nessa, a desculpa não cola.
Há na Terra da Rainha um time chamado Stevenage, que disputa a quarta divisão do Campeonato Inglês.
Aliás, se quiser, pode desconsiderar o nome.
Na Terra da Rainha existem vários exemplos parecidos. Fica por sua conta.
Mas o fato é que o Stevenage é proprietário de um estádio com capacidade para 7 mil pessoas, o Broadhall Way, situado no norte de Londres, ocupado a cada rodada por, em média, 3.115 "malucos".
Mas será que são mesmo "malucos"?
Ou apenas fanáticos por futebol?
Será que não são daqueles caras, que tal qual a galera lá de Morro Azul, vão ao campo para ver bola rolando, independentemente de quem a chute?
Tá, concordo, fazer dinheiro no esporte é importante.
Não sou nenhum morador de caverna para afirmar o contrário.
No entanto, o dinheiro não pode tomar conta do esporte.
Não pode ser maior que o esporte.
Porque daqui a pouco, parceiro, jogador entrará em campo de terno e gravata.
Abraço!
Em sua maior parte, os defensores do futebol como negócio.
Aqueles que substituíram o "frango", a "pelada", a "caneta" e o "olé", pelo Marketing, pelo business, pelos patrocínios e pelas cifras.
"Ronaldinho Gaúcho estrear contra o Nova Iguaçu? Que absurdo!"
"Fred marcar seus gols em Macaé, na Rua Bariri? Que desperdício!"
Foram apenas algumas das indignadas palavras dirigidas aos Américas e Democratas da vida.
Sim, porque, arrogantes, os profeneutas da objetividade nada mais querem que o fim dessas agremiações.
Como carrascos, pretendem estrangular uma parte da História do futebol brasileiro.
Disso, fico por aqui a recordar minha infância em Morro Azul do Tinguá, pequenino lugarejo no interior do Rio de Janeiro.
Na época, o programa de domingo era sempre o mesmo.
Lá por volta das 9, 10 horas da manhã, íamos para o campo da cidade.
E a jornada, então, começava com o jogo do mirim.
Depois, tinha o segundo quadro.
E, por fim, o primeiro.
Ah, o primeiro quadro, era nele que jogavam nossos craques.
O Tiquinho, o Lúcio, o Elon.
O sonho de todo menino de Morro Azul era jogar no primeiro quadro.
Não havia luxo, nem estrelas, mas todo mundo queria chegar ao primeiro quadro.
E aqueles, meu caso, que não tinham o talento para tal, não ousavam perder um jogo sequer do primeiro quadro.
Rotina que manteve o "campão" lotado por vários anos.
Mas, hoje é diferente.
Quem quer perder tempo para ver o "Zé Caroço" jogar?
Agora, futebol só dá IBOPE se tiver um astro em ação.
Não se vai ao estádio ver o jogo.
Se vai ao estádio cultuar um mísero homem.
Mas e aquele torcedor do interior?
O que torce para o Volta Redonda.
O que vibrava com o Guaratinguetá, cuja devoção de toda uma cidade acompanhei de perto.
Por não ter um "Fenômeno" em campo, será exorcizado do mundo da bola?
Antes de finalizar, peço perdão a todos.
Mas incorrerei em um erro que cometo com frequencia: comparar, futebolisticamente, o Brasil com a Inglaterra.
E podem poupar os dedos. Sei, perfeitamente, que as realidades são diferentes e coisa e tal.
Porém, nem venham. Nessa, a desculpa não cola.
Há na Terra da Rainha um time chamado Stevenage, que disputa a quarta divisão do Campeonato Inglês.
Aliás, se quiser, pode desconsiderar o nome.
Na Terra da Rainha existem vários exemplos parecidos. Fica por sua conta.
Mas o fato é que o Stevenage é proprietário de um estádio com capacidade para 7 mil pessoas, o Broadhall Way, situado no norte de Londres, ocupado a cada rodada por, em média, 3.115 "malucos".
Mas será que são mesmo "malucos"?
Ou apenas fanáticos por futebol?
Será que não são daqueles caras, que tal qual a galera lá de Morro Azul, vão ao campo para ver bola rolando, independentemente de quem a chute?
Tá, concordo, fazer dinheiro no esporte é importante.
Não sou nenhum morador de caverna para afirmar o contrário.
No entanto, o dinheiro não pode tomar conta do esporte.
Não pode ser maior que o esporte.
Porque daqui a pouco, parceiro, jogador entrará em campo de terno e gravata.
Abraço!
deleted6413433 80p · 746 semanas atrás
Abraços
http://saopauloblognews.blogspot.com