É puro despeito.

Seedorf no Botafogo
A única coisa séria que a gente poderia alegar é que o Botafogo deve à beça. Mas, esqueça. O Botafogo deve tanto, um pouquinho mais, um pouquinho menos, que o meu, o seu, o nosso time. E não vamos negar que ficamos para lá de felizes quando nosso time recebe um jogador de nível internacional para reforçá-lo. Alguns de nós talvez até reclamemos dos altos custos de contar com o medalhão. Porém, diga aí, vai, quantos segundinhos dura a sua lucidez torcedora?

Assim, de resto, tudo que se diga em relação ao novo astro do Glorioso não passou, não passa, não passará de gozação típica de massas adversárias ou mesmo puro despeito. Porque DO PONTO-DE-VISTA ESPORTIVO, se muito não me falha a memória, Seedorf é a melhor contratação feita por um clube brasileiro de um atleta top de linha do futebol internacional.


E o termo "top de linha do futebol internacional" serve para definir aqueles cabras que jogaram e obtiveram êxito nos GIGANTES do Velho Continente e também em suas Seleções nacionais. Por isso, eu, por exemplo, tive que me conter e não colocar na lista o centroavante tricolor carioca Fred ou o, também "matador", tricolor paulista Luis Fabiano. Resumindo, considera "top de linha do futebol internacional" atuando por aqui Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Deco e só.

O primeiro, com certeza, é o grande vencedor entre eles. É o maior artilheiro de todas as Copas. Foi um acerto estrondoso em termos de marketing. Mas, dados os problemas físicos, à época, ninguém ousava afirmar que seu retorno ao país seria também o sucesso que se demonstrou depois dentro de campo.

Já Ronaldinho Gaúcho constituia uma incógnita maior ainda que seu xará Fenômeno. Com menos da quinta parte do carisma do corinthiano, as garantias de dividendos na propaganda eram quase inexistentes. A aposta flamenguista residia na esperança de que o futebol genial de outrora voltasse a aparecer. Expectativa que, ao menos, na Gávea, apesar de lampejos, nunca se concretizou por completo.

Retorno que o meia do Fluminense Deco apenas a partir do segundo-turno do Brasileirão de 2011 passou a apresentar. Convém lembrar, porém, sua chegada às Laranjeiras coberta de receios por conta de seu histórico de contusões no Chelsea. Temor que azucrinou a mente pó-de-arroz em 2010, ano em que o atleta esteve mais no departamento médico que nos estádios.

Claro, futebol não é ciência exata. Pelo contrário, é caixinha de surpresas. E, nele, uma andorinha solitária não faz verão. Lugares comuns, ditados, clichês que servem para que o Botafogo e o botafoguense tenham a consciência de que o holandês, só ele, não é garantia de títulos.

Mas, para encerrar, repito a abertura: a única coisa séria que a gente poderia alegar é que o Botafogo deve à beça. Mas, esqueça. O Botafogo deve tanto, um pouquinho mais, um pouquinho menos, que o meu, o seu, o nosso time. Porque DO PONTO-DE-VISTA ESPORTIVO, se muito não me falha a memória, Seedorf é a melhor contratação feita por um clube brasileiro de um atleta top de linha do futebol internacional.

O resto é puro despeito.

Abraço!