A Nova História do Futebol?



Nos meus 45 anos de vida sempre ouvi e li que o Brasil é o país do futebol, todavia parece-me que esta afirmação corre sérios riscos de passar a ser discutível ou melhor (pior), ser passado! Outrora a grande, a maior seleção de futebol de todos os tempos, o Brasil de Pelé, de Garrincha e tantos outros magníficos jogadores corre sério risco de ser suplantada pela Geração Dourada de Espanha, sobretudo pelo sucesso em apenas 4 anos conquistando duas Eurocopas seguidas e 1 Copa do Mundo, e sabe-se lá o que vem por aí…

Eu sublinharia este sucesso com alguns aspectos que me parecem importantes:

1º) Aliando à técnica dos seus futebolistas, uma nova ideologia tática importada com a vinda de Rinus Michels e desenvolvida por Johan Cruyff;

2º) Aproveitando e unindo dois blocos principais (Barça e Madrid) na seleção, evidentemente aproveitando as rotinas dos clubes e rapidamente entrosando os atletas (aliás, já usada em outros países com grande sucesso, como foi o caso do Brasil de 1958 e 1962 com Botafogo e Santos);

3º) Investimento governamental nas escolas, em equipamentos, em logística para o desenvolvimento dos esportes no país após os Jogos Olimpicos de 1992 em Barcelona, com resultados e “frutos” à vista!!!

Evidentemente não se pode dar uma importância maior a qualquer um dos três aspectos, penso que a a junção destes é fundamental para este sucesso estrondoso da Espanha no cenário futebolistico europeu e mundial.

Se eles vão descansar à “sombra da bananeira” ou aproveitar todas estas conquistas para relaxar??? Engana-se quem pensar isso, tenho acompanhado as Tvs espanholas, os jornais espanhóis e fica claro, claríssimo que a “sede” de vitórias não se esgotou, só falam na Copa de 2014, neste novo desafio, neste novo record que pode chegar daqui a dois anos, alguém dúvida que eles serão capazes???

Esta geração ainda está com prazo de validade bem longinqua, não possui “egos” que prejudiquem o coletivo, a renovação também está assegurada (basta acompanhar La Liga para ter este discernimento) e ainda, são muitas as opções de grande qualidade para todas as posições dentro de campo, basta relembrar que nesta Eurocopa, a Espanha esteve privada de dois dos seus melhores jogadores por graves lesões, Puyol e David Villa.

Para terminar e com eu gosto: Enquanto alguns continuam distraídos com “focas amestradas”, como também delapidando, exportando seus jovens craques e importando “masters” e gordos para a alegria financeira de empresários e dirigentes, a Espanha escreve com “ganas” a nova História do Futebol!