Tem coisa mais importante...



O Fluminense é bicampeão brasileiro.

Sim, tricolor, é isso aí, não estou maluco coisa nenhuma.

Como é que funciona essa bagunça?

Desde 1979 um camarada ouve que seu time do coração tem um título nacional. Aí, do nada, às vésperas de conquistar o segundo, alguém lhe grita que o segundo, na verdade, é o terceiro. Troço de doido, não?

Mas, calma, a ideia aqui não é entrar no mérito da questão, pois conseguir unanimidade nessa ladainha é tão improvável quanto o Mazembe vencer o Internacional.

Opa, errei. Conseguir unanimidade nessa ladainha é tão improvável quanto o Mazembe vencer o Barcelona. Assim fica melhor, certo?

No fundo, o que me irrita é a capacidade do brasileiro inventar futilidades, quando o assunto é o futebol no país.

Os caras vendem ingressos a preços exorbitantes.

Ninguém fala nada.Vândalos travestidos de torcedores matam, sem piedade, um semelhante.

Nenhuma providência concreta é tomada.

A nação está a míseros três anos de sediar uma Copa do Mundo.

E cadê os estádios?

Os melhores jogadores partem cada vez mais cedo para o estrangeiro.

E ninguém cobra leis severas que reduzam o impacto da ação dos empresários.

Enfim, a balbúrdia rola solta e cá estamos a discutir a quantidade de taças que nossos times tem ou não.

Ontem, li, na edição impressa do Lance!, um artigo muito bem elaborado pelo jornalista Valdomiro Neto, que traz, em seu fecho, um parágrafo fantástico, que reproduz à perfeição meu pensamento sobre o assunto. Segue abaixo:

"O Santos, time para o qual torço com fervor desde menino, não precisa artificializar suas conquistas para ser enorme. Pelé não precisa ter sido campeão brasileiro para ser Pelé. E os fatos não precisam ser estapeados dessa forma".

Com licença, Valdomiro, mas o mesmo vale para o meu Flu e para todo o esquadrão campeão da Taça de Prata de 1970.

Abraço!