Por que a surpresa?



Felipão parece ainda estranhar o futebol brasileiro.
E o futebol brasileiro, coitado, não anda a entender Felipão.
O treinador do Palmeiras faz o que pode. Com um elenco limitado, abusa de sua especialidade, o aspecto emocional, para tentar extrair o máximo de seus atletas.

Não tem resolvido. Não há motivação que supere os gigantes problemas técnicos de seu time.

Mas não importa. Consciente das dificuldades, a massa alvi-verde continua fiel a seu comandante. No que faz muito bem.

No entanto, afora os torcedores do Verdão, o mundo da bola parece farto das fanfarronices "Felipônicas".

Comentaristas já contestam algumas de suas opções táticas.
Árbitros se impacientam com sua personalidade explosiva.
E o glorioso STJD o transforma em um de seus "réus" preferidos.

Estará então Scolari vitimado por uma cruel perseguição?

Talvez sim.

Mas o inacreditável mesmo é ver o ar de reprovação diante da intempestividade do ex-Big-Phill.

É. Porque Felipão sempre foi assim. "Enjoado", marrento. E foi com esse jeitão de xerife, que tornou-se o principal treinador brasileiro em atividade.  E todo mundo aplaudiu.

E engana-se quem diz que na Europa o jovem senhor amansou o gênio forte. Nada disso. Lembram do soco no sérvio Dragutinovic? Ou dos problemas de relacionamento com as estrelas do Chelsea?

Infelizmente, é dessa forma que o futebol brasileiro funciona. Primeiro se criam os monstros. Depois, enquanto estão por cima,  eles são cuidadosamente alimentados. E só aí, quando já fugiram do controle, o povo cai na real e vê que, na verdade, eles foram supervalorizados.

STJD, deixa o homem trabalhar!