E quem não tem TV por assinatura?


O presidente da CBF deve estar de brincadeira, quando diz que pretende aproximar o torcedor brasileiro de sua Seleção.

Como não bastasse o fato de realizar o primeiro amistoso pós-Copa fora do país, para variar, a entidade máxima do nosso futebol ainda resolveu excluir da festa aquele cidadão que não tem condições de pagar uma TV por assinatura.

Sim, você que não pode pagar para assistir televisão ou que não tem acesso a internet de alta velocidade, esqueça! Não será hoje que o novo Brasil dos gramados desfilará na sua telinha comprada em suadas prestações.


"Mas a culpa é da Globo!", talvez estejam pensando alguns. Não, a culpa não é só da Globo coisa nenhuma. O ônus é todo daqueles que transformaram a Amarelinha em nada mais que um balcão de negócios, subserviente aos caprichos da emissora.

Aliás, beira o ridículo o "agradinho" dos jogadores ao jornalista Alex Escobar, apenas uma das muitas vítimas do mau-humor de Dunga, presenteado com uma camisa personalizada. Em meio a quinhentos mil erros em sua passagem no comando do Escrete Canarinho, uma das poucas virtudes dunguísticas foi justamente ter acabado com os privilégios de alguns na cobertura jornalística da Seleção. Se Escobar merece o mimo então, por que não extendê-lo a outros órgãos de imprensa?

Sim, sim, como não, a Globo tem inúmeros compromissos com patrocinadores no chamado "horário nobre" e precisa cumprí-los. Um dia sem novela causa um prejuízo terrível, creio eu. Mas por que raios então, ao menos dessa vez, não permitir que um outro canal qualquer transmita a partida? Por que alijar parcela esmagadora da população do contato com o que Galvão Bueno vive dizendo ser a maior paixão do brasileiro?

E ainda juram por aí que em 2014 a Copa será do Brasil.

Grande mentira. Daqui a 4 anos o Mundial será de aproximadamente 10% do Brasil, apenas. Do mesmo 10% que hoje pode pagar a assinatura da televisão e que terá condições de arcar com os altos custos dos ingressos dos jogos.

Ah, você que ganha salário mínimo terá sua participação, é claro. Como mão-de-obra barata e descartável que só servirá para carregar os tijolos das reformas dos estádios e as cervejas a serem vendidas para os turistas.

Êôô, vida de gado, povo marcado, mas, não sei como, povo feliz.
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