Em se querendo, tudo pode.

Zico está certo. O título brasileiro deu mesmo a ideia ao jogadores do Flamengo de que eles “tudo podiam”. No entanto, os atletas não são os maiores culpados pela anarquia que se transformou a Gávea e culminou na prisão do goleiro Bruno.

“Se render dentro de campo, não me interessa a vida particular”, foi frase comum de ser ouvida de vários torcedores rubro-negros nos meses pós-conquista.

Sim. A Nação, ou parte dela, melhor dizendo, também é responsável pelo caos em vermelho e preto. Aliás, comportamento próprio de fanáticos de qualquer time do país.

Mas, é claro, seria injusto depositar toda a culpa na conta das arquibancadas. Quem está nelas pode ser passional, lembremos disso sempre.

A grande vilã na historia é a diretoria do clube. Omissa e política, no pior sentido da palavra, permitiu que péssimos profissionais se achassem mais que a agremiação.

Inclusive, “passar a mão na cabeça” e quebrar regras é especialidade no Brasil. É o tal do “jeitinho” , segundo alguns “espertos”.

Que conversa é essa de antecipar a janela de transferências?

Os clubes, todos eles, que esperem a data regulamentar para usar os novos atletas.

- É questão de bom senso. Os sindicatos do Brasil estão se organizando para entrar na Justiça. No meu ponto de vista, se não der de um jeito, vai dar de outro, falou o presidente da Federação Gaúcha, Paulo Novelletto.

Não. Não é questão de bom senso não, senhor dirigente. É questão de querer levar vantagem mesmo.

No descobrimento, Pero Vaz de Caminha afirmou que nessa terra, em se plantando, tudo dá. Agora, caso estivesse vivo, escreveria, em sua carta aos portugueses, que no Brasil, em se querendo, tudo pode.

Por Roberto Junior