Zagueiro se "vinga", dá vitória ao Goiás em pleno Morumbi e faz São Paulo sair vaiado


Quem foi ao Morumbi para ver o gol mil do São Paulo no Brasileirão jogando dentro de casa assistiu a um ex-zagueiro tricolor conseguir uma espécie de vingança em cima de sua antiga equipe. De cabeça, Rodrigo marcou o gol da vitória do Goiás por 1 a 0 logo no primeiro minuto de jogo e, assim, garantiu o primeiro triunfo de seu time no Nacional, na noite desta quarta-feira.

Rodrigo, que nem comemorou seu gol, deixou o São Paulo em 2009 por causa de um problema de embolia pulmonar. Depois de ajudar o time do Morumbi a pagar pelo seu empréstimo quando estava no futebol ucraniano, o atleta não escondeu a chateação por ouvir dos médicos são-paulinos que não teria mais condição de jogar futebol.

Com a vitória, o Goiás subiu bastante na tabela, deixou a zona de rebaixamento e foi para a zona intermediária, agora com cinco pontos. Na próxima rodada, o time de Goiânia viaja para o Rio de Janeiro para enfrentar o Fluminense, no domingo. Já o São Paulo segue com sete pontos, perde a invencibilidade e caiu para a vice-liderança, atrás, agora, do Cruzeiro. O próximo adversário é o Grêmio, em Porto Alegre, na quarta-feira da semana que vem.

Logo no primeiro minuto, quando o torcedor do São Paulo ainda se acomodava no Morumbi, o Goiás já saiu na frente. Em jogada aérea, o ex-zagueiro tricolor Rodrigo subiu sem ser incomodado pela marcação de Lúcio e colocou no canto direito de Rogério Ceni, que nada pôde fazer além de buscar a bola no fundo do gol. Ele nem comemorou o tento.

A partir daí foi massacre. O São Paulo dominou os outros 44 minutos. Teve gol anulado de Luis Fabiano, batida de falta de Rogério Ceni por cima de gol, nova cabeçada de Luis Fabiano que raspou a trave, chute de Maicon que parou na mão de William Matheus, tentativa de longe de Wellington, chute cruzado de Douglas e diversos levantamentos na área de Renan. Nada adiantou.

As únicas exceções em meio ao massacre foram com Hugo e Araújo. Na primeira, o também ex-são-paulino recebeu bola após contra-ataque puxado por Walter e chutou na saída de Rogério Ceni. Douglas deu um coice para evitar o segundo gol goiano. Depois, Araújo recebeu bola pela esquerda, cabeceou em cima do zagueiro e ficou com o rebote. A bola passou por cima de Ceni.

No segundo tempo, a tentativa de Ney Franco para mudar o jogo foi alterar o esquema de jogo do 4-4-2 para o 4-3-3. Douglas foi para o banco de reservas, Rodrigo Caio assumiu a lateral direita e Aloísio entrou como terceiro atacante. No Goiás, Walter saiu e deu espaço para Neto Baiano. O São Paulo reagiu melhor e só não empatou por uma defesa excepcional de Renan. Juan recebeu bola de Aloísio na entrada da pequena área e chutou. O goleiro visitante espalmou para o escanteio à queima roupa.

Com 17 minutos, o treinador resolveu voltar a colocar Rodrigo Caio no meio de campo e promoveu a estreia de Mateus Caramelo. Ele entrou no lugar de Maicon. Logo em seguida, Araújo deixou o campo para que Felipe Amorin entrasse pelo Goiás. O time visitante mostrou que não estava disposto a se expor, se trancou em seu campo e passou a jogar no contra-ataque.

O São Paulo insistia de todas as formas e foi conseguir levar perigo de verdade novamente na bola parada. Paulo Henrique Ganso sofreu falta na entrada da área, mas Ceni acabou batendo na barreira. Foi o estopim para a torcida são-paulina protestar. Primeiro, pediu raça, depois exigiu respeito com a camisa tricolor e, em seguida, afirmou que conquistar o Brasileiro era obrigação. Além disso, o nome de Muricy Ramalho, treinador demitido do Santos, também foi entoado.

Ney Franco partiu para o tudo ou nada e deixou o time com quatro atacantes em campo. A alteração fez Juan deixar o gramado para a entrada de Silvinho. Mesmo assim, a equipe não chegou ao tão esperado gol mil em Brasileiros no Morumbi e viu o time visitante comemorar a vitória.