Torres ressurge, brilha com 2 gols e atinge marca histórica na seleção


"Faltou o gol do 9" foi a manchete em comum dos jornais de Madri, AS e Marca, após o empate de domingo da Espanha contra a Itália. Mas, nesta quinta-feira e na mesma Arena Gdansk do fim de semana, Fernando Torres reapareceu contra a Irlanda. O herói do título europeu em 2008, autor do gol diante da Alemanha naquela final, foi a novidade no time titular de Vicente del Bosque e justificou. Abriu caminho a 4min, fez também na etapa final e os espanhóis ganharam por 4 a 0.

O momento é especial para Torres, que tenta reconstruir a carreira desde a última Copa do Mundo. Chegou lesionado ao Mundial, decepcionou e virou reserva, sem marcar. O retorno aos grandes torneios, nesta Eurocopa, foi colocado em dúvida, mas a convocação se consolidou após a desistência de David Villa. Depois dos gols perdidos contra a Itália na estreia como reserva, El Niño, como é conhecido, atingiu marca histórica.

Deixou Fernando Hierro (29) para trás e chegou aos 30 gols com a camisa da seleção. Apenas Raúl González (44) e David Villa (51) marcaram mais pela Espanha que o hoje centroavante do Chelsea. O primeiro lance que faz ele subir um degrau na história do país começa com tentativa de Silva, bola roubada de Torres dos pés de Dunne, drible em Ward e um foguete contra Given. O segundo é lançamento de Silva que o camisa 9, com categoria, transformou em gol.

Os gols que ajudaram a encaminhar a vitória fizeram Torres enfim sorrir. No domingo, deixou a Arena Gdansk de cara amarrada, aborrecido pelas duas chances claras de gol que desperdiçou. Chegou a dizer: "se fico no banco e Fábregas marca, tudo bem". Ao balançar as redes de Shay Given, ergueu o dedo indicador e abriu um grande sorriso. Foi abraçado por Busquets, Xabi Alonso, Arbeloa e Sergio Ramos. Ganhou confiança para fazer outro depois e deixar o gramado ovacionado, aos 27min da etapa final.

As cinco finalizações em 72 minutos em campo (três no alvo, dois gols) foram mais do que qualquer outro jogador na partida contra a Itália, em que pese as diferenças entre irlandeses e italianos. A atuação convincente e os dois gols deixam uma mensagem a Vicente del Bosque: ele ainda tem um camisa 9 que pode decidir.