Sobre a anarquia de Caputo - O Imbróglio

Caso Oscar
A história do menino Oscar e seu imbróglio já contamos, na perspectiva cronológica dos fatos. Desta vez, faremos um apanhado dos argumentos levantados até aqui, tentando ver como a decisão poderá influenciar no futebol brasileiro.

Contratos

Como amplamente divulgado, em 2007, Oscar tinha contrato com o São Paulo por 3 anos, prazo máximo permitido a menores de idade. Os salários eram de R$ 7.500,00 no 1º ano, R$ 8.500,00 no 2º ano, e R$ 9.500,00 no 3º. Oscar ainda ganhou R$ 70.000,00 de luvas para assiná-lo.

Após completar seu 16º aniversário, em setembro de 2007, foi emancipado por sua mãe, sendo legitimado pela lei brasileira a assinar vínculo como maior de idade.

Com isso, em dezembro daquele ano (2007), São Paulo e Oscar assinaram contrato de 5 anos, com validade até dezembro de 2012, e salários de R$ 7.500,00 no 1º ano, R$ 8.500,00 no 2º ano, e R$ 9.500,00 no 3º, R$ 12.000,00 no 4º e R$ 16.000,00 no 5º. Ganhou mais luvas, desta vez de R$ 120.000,00.

Além disso, a multa para clubes do exterior aumentou de 40 milhões de dólares para 40 milhões de euros.

O Imbróglio

Desde 2009 acompanho de perto a história, e, passados mais de 2 anos, tenho uma opinião do que realmente aconteceu.

Oscar se destacou muito na base do São Paulo, tendo despontado como a principal promessa do clube.

Com isso, despertou grande interesse de empresários e times rivais, que passaram a assediar o jogador.
Como resposta, o São Paulo usou de tudo, inclusive isolamento na Espanha.

Na volta, para ter maior segurança com o jogador, o São Paulo conduziu a mãe de Oscar a emancipá-lo. Não coagiu a família, mas certamente agiu fortemente nesse sentido. Com Oscar emancipado, o São Paulo assinou novo vínculo, por 5 anos.

Estou seguro que, àquela altura, o jogador queria muito se tornar jogador do time principal.

Em 2009, Oscar passou a ser empresariado por Giuliano Bertolucci, que teve grande participação na mudança de cabeça do jogador. O discurso mudou, e agora Oscar falava que o São Paulo lhe havia prejudicado.

Bertolucci exigiu do São Paulo que o 2º contrato fosse revisto, com aumento do salário.

Além disso, pleiteou 30% dos direitos econômicos do jogador, o que foi obviamente negado pelo clube.

Bertolucci passou então a levantar a bola da irregularidade do contrato, dizendo que conseguiria a liberação do jogador na Justiça.

Passou a chantagear brancamente a diretoria do clube, que não lhe deu ouvidos.

Pelo que entende do desenrolar da história, as ligações do empresário não eram retornadas.

Com a negativa, pôs em ação seu plano, pelas mãos do advogado André Ribeiro, o mesmo que participou da negociação entre Nilmar e São Paulo, no começo do ano.

Na sexta, veremos o processo propriamente dito, que ditará os rumos do futebol brasileiro.