Paulistão 12 - Semi-finais

a grande final do paulistão 2012
Domingo nublado, chuvoso. Dia feio que seria agraciado com dois clássicos para definição dos finalistas do melhor estadual do país. O mais competitivo, claro. Pois o formato...

Bom, como no outro post, resenha das partidas e palpite para a grande final. A título de curiosidade e descontração, vale dizer que acertamos os palpites cravados.

SÃO PAULO 1 x 3 SANTOS
Neymar comemorando gol

Mais um San-são eletrizante. Outro show de Neymar. O Santos não tomou conhecimento do São Paulo e atropelou o Tricolor em pleno Morumbi. O resultado foi justo e traduziu a competência e eficiência do melhor time.

Não tardou para a instável defesa do São Paulo deixar o torcedor com o coração na boca e comprometer o desempenho do time. Desta vez, na primeira descida logo a 1-2 minutos de jogo, Paulo Miranda novamente cometeu um pênalti infantil à direita do ataque santista. O carrinho imprudente e desnecessário em Alan Kardec foi a senha para o 100º gol de Neymar com a camisa do Peixe. E o prelúdio de outro espetáculo do craque.

A princípio, o São Paulo não sentiu o gol. Dominou o meio-campo e passou a ditar o rumo da partida. Pouco produziu e abriu o contra-ataque, é verdade, mas não fazia uma má partida. Só que o Santos tinha Neymar. E o São Paulo, Paulo Miranda. Ganso recebeu e acionou Neymar. O atabalhoado zagueiro saiu mal no bote, perdeu o tempo da bola, Neymar passou como quis e tocou na saída de Denis. 2 a 0.

Atrás no placar, o segundo tempo reservava mais emoção. Na volta do intervalo, Leão saca Jadson e Piris para as entradas de Fernandinho e Rodrigo Caio. Ao meu ver, acertou parcialmente. Jadson não fazia uma má partida e virou referência nas bolas paradas. Cícero estava mal e já tinha cartão. Piris, também amarelado, novamente foi mal e foi bem substituído.

Mal começa a segunda etapa e quase o São Paulo iguala. Paulo Miranda fura cruzamento venenoso. No troco, Denis rebate bola nos pés de Neymar que manda na trave, quase sozinho. Enquanto o SPFC sai desesperado para o ataque, o Santos deita e rola nos contra-ataques, jogo franco.

Então a arbitragem começou a se complicar. Aos 12 minutos, Ganso escora de cabeça para a área. A bola encontra Kardec que manda para as redes. Contudo, o juiz pegou uma falta (ao meu ver, inexistente) de Edu Dracena em Paulo Miranda na jogada. Pouco depois, aos 18, Casemiro encontra Willian José impedido. O centroavante tricolor limpa a marcação e bate no canto de Aranha (entrou no lugar de Rafael, machucado) : 2 a 1.

A pressão do São Paulo não foi suficiente para parar Neymar, impossível esta tarde. Aos 32 minutos, o atacante santista arrisca da entrada da área, Denis erra a espalmada e a bola morre macia no gol tricolor. Vale ressaltar que Denis, embora jovem, não é mais garoto. É capaz de grandes defesas e falhas bestas, tanto nas vitórias como nas derrotas. Hoje, não foi diferente. Tal como contra o Palmeiras, Denis deu sua contribuição ao placar num clássico.

Cumpre destacar inclusive o equilíbrio do Santos ao longo da partida. O aproveitamento ofensivo e a tarde inspiradíssima de Neymar roubam grande parte dos holofotes que o sistema defensivo merecia. Arouca e Adriano protegeram bem a zaga e deram contribuição fundamental para Ganso e Elano organizarem o ataque ao seu bel prazer. Elano mais apagado, é verdade.

O gol esfriou o ímpeto tricolor. Os ânimos se exaltaram. Deu tempo para Cícero levar o segundo amarelo e ser expulso. Lucas? Correu, tentou e lembrou aquele fominha que Leão tanto pegou no pé. Muito individualista, perdeu boas chances de distribuir melhor o jogo. Neymar? O Brasil não é mais páreo para ele. Sim, é o momento de sair. Encarar novas zagas, evoluir e, quem sabe, ser na Seleção o craque que é no Santos.

GUARANI 3 x 1 PONTE PRETA
Guarani na final do Paulistão

Um dérbi de arrepiar! A Ponte Preta, recém-promovida à Série-A, foi visitar o eterno rival Guarani após eliminar o Corinthians em pleno Pacaembu. Já o Bugre fez a 4ª melhor campanha do Paulistão e eliminou o Palmeiras nas quartas-de-final. Vive bom momento sob comando de Vadão.

Acima de tudo, foi um resultado justo. O Guarani dominou a partida desde o começo. A proposta da Macaca foi parecida com a da partida contra o Timão. Bem retrancada, apostava nos contra-ataques e no toque de bola para conquistar seu espaço.

Enquanto o Guarani produzia grandes oportunidades, Bruno Fuso dava início à boa atuação desta noite. Com boas intervenções, salvou a pátria da Ponte Preta em vários lances de perigo. Sem Fumagalli, que saiu machucado aos 28 do primeiro tempo, o Guarani caiu um pouco de produção. Foi a deixa para a Ponte arriscar-se no ataque. Aos 39, Caio recebe, limpa a marcação, fuzila cruzado e faz a festa dos visitantes: 0 a 1.

No segundo tempo, o Bugre foi em busca o resultado. A Macaca voltou à estratégia anterior de defender-se e sair cautelosamente. Após o milagre de Neto, goleiro do Guarani, o Bugre mandou no jogo. Aos 8, linda trama pela esquerda resultou no cruzamento de Fabinho para Fabio Bahia igualar o placar. Um minuto depois, Fabinho carimba a trave após bela defesa de Bruno.

O Guarani sentiu o bom momento e seguiu mandando na partida. Tanto que o gol da virada não tardou. Aos 23 minutos, Danilo Sacramento encontra Medina, que entrou no lugar de Fumagalli, para bater firme no canto e botar o Bugre em vantagem.

A Macaca sentiu o gol e a pressão em ter que buscar o gol que levaria a partida aos pênaltis. Desequilibrada, não foi sombra da equipe bem postada que eliminou o Corinthians. E quem estava com a Macaca era Medina. Aos 40 minutos, completou de cabeça cruzamento perfeito de Oziel e decretou a classificação do Guarani. 3 a 1 e festa no Brinco de Ouro!

PALPITE: Santos x Guarani - O Santos é infinitamente superior ao Guarani. A decisão ser em dois jogos também deixa todo o favoritismo ao lado do Peixe. O Bugre, que já foi campeão brasileiro em 78 e vice em 86, não ostenta a grandeza de outrora. Envolto à crise financeira e problemas administrativos, a superação é o combustível desta aguerrida equipe.

Infelizmente, o Guarani já fez um milagre ao alcançar a grande final e terá que se contentar em ter surpreendido São Paulo ao menos por uma temporada. Quem sabe o bom trabalho de Vadão também não se repete na campanha da Série-B do Brasileirão?

Parabéns, Guarani. Mas vai dar Santos.