De Boca fechada.

Com gol de Santiago Silva aos 45min do segundo tempo, Boca Juniors arranca empate no Rio de Janeiro e elimina o Fluminense nas quartas de final da Copa Libertadores
Fosse Rafael Sóbis um legítimo "fominha", o texto começaria com o grito de gol solto a plenos pulmões. Como esperneou Abelão, tá livre, de cara pro crime, chuta, meu filho! E corriam breves 5 minutos de uma peleja perigosamente aberta quando o Flu desperdiçou sua primeira ótima oportunidade.

Dado o resultado em Buenos Aires, uma cerveja, um golzinho no início, outra bebida, era tudo o que eu queria na vida. Verdade não necessariamente chinesa, conforme cantaria a voz de Emílio Santiago, que reduziria os contornos dramáticos da noite de quarta-feira, realçados pelo comportamento, feito de costume, abusado do Boca Juniors, que sofria sustos, mas também rondava, sorrateiro, a área tricolor.

Faltava, então, lembrar aos nobres XENEIZES que do outro lado estava o Fluminense, o desmistificador da Bombonera. Tarefa que coube a "Seu" Ivo, através do pé esquerdo do filhote Carleto, que concretizou o sonho do progenitor marcando, de falta, um tento espiríta.

Abel Braga passa orientação ao time tricolor durante o primeiro tempo do confronto no Engenhão
Abel Braga passa orientação ao time tricolor durante o primeiro tempo do confronto no Engenhão

Êxtase que não reduziu o ritmo dos donos da casa. Pelo contrário. Colaborou para acelerar ainda mais o embalo da equipe, que fazia do conceituado adversário uma espécie de soldado preso nas montanhas pela artilharia inimiga no teatro de operações.

Sensação de temor por parte dos hermanos explicitamente demonstrada no cartão amarelo recebido pelo goleiro Orion por ensebar na reposição de bola e na pixotada por ele cometida, minutinhos depois.

Era nítido, Thiago Neves e companhia comprovavam a tese do agigantamento naquelas partidas chamadas especiais. No entanto, confesso, o blogueiro partiria um tanto menos tenso para o pão com queijo e coca-cola do intervalo caso o score houvesse sido ampliado.

Oponentes encardidos que vestem azul e amarelo precisam ser logo eliminados, sobretudo porque , na segunda etapa, era possível que viessem pra cima em busca do empate.

Tendência confirmada pelos instantes iniciais do tempo complementar, com direito a cabeçada de Schiavi, próxima à meta de Diego Cavalieri, por uma sequência de escanteios, além de um chute amalucado de Santiago Silva.



Assim, aos 7 minutos, era visível que o FLU, inexplicavelmente, parara de jogar e que o BOCA - ah, o Boca - voltara a ser o BOCA.

Comentei no Facebook, impressionante como time brasileiro não consegue manter a intensidade o jogo inteiro.

Crise de ausência, porém, que aparentemente duraria pouco. Por volta dos 15 minutos, Rafael Sóbis perdia chance de ouro, que marcava a retomada das rédeas da partida.

Controle quase absoluto que, para se configurar perfeito, necessitava de um ANOTHER GOAL. Intento que talvez pudesse ser mais facilmente alcançado com a entrada do menudo Wellington Nem.

Fluminense é eliminado pelo Boca em pleno Rio de Janeiro

Não no lugar de Wagner, como aconteceu. Sim, no de Thiago Neves, que deixou escancarada a diferença de um BOM jogador para o EXTRACLASSE organizador de nome Deco. Porque era justamente organização o que faltava ao Tricolor. E foi ousadia que inexistiu em Rafael Moura para concluir logo o cruzamento na medida para o fundo da rede argentina. E foi petulância que sobrou ao escriba no início do texto.

Que, com o gol de Santiago Silva, na bacia das almas, fecha essas linhas de BOCA FECHADA.

Abraço!