O possível futuro da Fifa: Platini

O possível futuro da Fifa: Platini
Desde 1998 no cargo máxima da FIFA, o suíço Joseph Sepp Blatter já tem deixado claro que poderá abrir mão de uma reeleição em 2015. Com isso, um nome muito comentado nos bastidores e até preferido por Sepp, tem sido o do ex-jogador Michel Platini.

O ídolo francês já é presidente da UEFA, confederação continental mais forte e que cresceu nos últimos anos. Platini só alcançou tal posto pelo trabalho realizado como presidente do Comitê Organizador da Copa da França em 98, que devido ao ótimo serviço e realização acabou ganhando a simpatia e proteção de João Havelange e Joseph Blatter.

Com esses contatos, experiência prática no esporte e depois de buscar qualificação, Michel lançou uma candidatura a presidência da UEFA. Conseguiu, e criou sua base política de maneira parecida com a que Blatter gere na maior entidade do futebol.

O suíço estreitou laços e deu voz a federações periféricas do esporte, destacando-se as africanas e asiáticas continentalmente e as caribenhas, arrecadando assim muitos votos e apoio. Isso pode ser percebido pela distribuição de sedes na era Blatter da Fifa, na qual houve um revezamento de continentes antes nunca levados em conta, como a Copa do Japão e Coréia do Sul, África do Sul, Brasil e Catar.

Já Platini, ganhou força, criou bases e fez alianças conquistando federações menos tradicionais da Europa, colocou Eurocopas na Suiça e Áustria (2008) e Polônia e Ucrânia este ano. No entanto, diferentemente do seu possível antecessor na Fifa, o francês não fez isso em detrimento da relação com grandes potências, especialmente a Inglaterra, que possui a federação mais ativa e influente do mundo, devido ao contexto histórico. Isto é observado claramente no fato do Wembley ser palco da final da Liga dos Campeões duas vezes num curto espaço de tempo. Soma-se a essas jogadas a luta contra o racismo e contra o mercado de apostas, "construindo" assim um forte candidato ao poder da entidade máxima.

Platini é muito menos autoritário e bem mais diplomático que Sepp, preocupado com problemas recorrentes e valorização do futebol, tanto é que fez da Euro uma competição exemplo para qualquer outro organizador. Mas não sabemos como ele agiria num cargo mundial, pois o interesse das duas entidades são bastante distintos, sem levar em conta as pessoas que o cercam, visto que grandes polêmicas sempre surgem com o nome da Fifa.

Essa análise não busca igualar ou enaltecer os citados, mas revela o modo de agir de cada um, e a reflexão partiu da entrevista cedida pelo ex-jogador e atual gestor ao diário Lance!.

O Texto foi enviado por Caio Cidrini a nossa coluna do Leitor.