Especial Ricardo Teixeira - Como tudo começou.

O que eu, você, Fábio Duxo, Dilma Roussef, Juca Kfouri, Andrew Jennings, Anthony Garotinho e 99,99% da população brasileira têm em comum? Ninguém suporta mais Ricardo Terra Teixeira.

Mas sabemos quem é Ricardo Teixeira? Como ele chegou na CBF?

RT é mineiro, nasceu em Carlos Chagas, em 1947. Estudou Direito, mas não completou o curso.

Alguns dizem que a grande jogada da sua vida foi feita quando tinha apenas 19 anos, quando casou com Lucia Havelange, filha do eterno João Havelange.

Sem entrar no mérito do casamento, fato é que a união foi um verdadeiro atalho para Teixeira, que passou a frequentar a casa e ter contato direto com seu poderoso sogro.

E Teixeira soube cativar o sogrão. O primeiro filho foi batizado como Ricardo Teixeira Havelange, invertendo a tradição brasileira e inserindo o sobrenome materno por último.

Em seguida, vindo uma menina, homenageou novamente o sogro com o nome ‘Joana’, feminino de João. Mais tarde, a moça viria a fazer jus ao nome, fazendo carreira na CBF e Comitê Copa-14.

Antes de seguir o rumo da cartolagem, RT se aventurou no ramo dos investimentos. Montou sociedade com o sogrão, o pai e um irmão. Nem precisava falar que o negócio fracassou...

Na sequência, RT definiu sua mira: a presidência da CBF.

Como padrinho, o cartola mais influente da época: seu sogro João Havelange.

Em 1989, RT venceu Nabi Abi Chedid na eleição para o cargo, e assumiu a entidade que comandava o futebol.

A partir daí, o reinado que conhecemos: lisura questionável, investigações em sequência, 2 copas do mundo, CPIs, articulação, poder exagerado, revanchismo implacável, enriquecimento sem precedentes, etc...

Em 1997, coincidentemente quando o caminho já estava seguro, RT se divorcia de Lucia Havelange.

O sentimento do agora ex-sogro João Havelange balança, já que RT ‘abandonou’ sua filha. Prevalece, porém, o fato de Teixeira ser o pai de seus netos.

Adiante, com a conquista de sediar a Copa-14, RT se enche de poder, e, se diz, traça nova e ousada estratégia: ocupar a presidência da CBF até a Copa-14, para, em seguida, tentar a Fifa.

Uma matéria, porém, muda o rumo das coisas. Em julho de 2011, RT dá entrevista a Daniela Pinheiro, da revista Piauí, proferindo grosserias e arrogância que surpreendeu qualquer um.

A matéria é uma das coisas mais esplendorosas que existe, redigida à perfeição, revelando o verdadeiro sentimento do dirigente brasileiro e muitos bastidores.

A imagem de Teixeira foi muito prejudicada, e uma maré piorou as coisas.

Primeiro, a eleição da Fifa e o apoio errado.

RT apoiou Mohamed bin Hamman na eleição. Blatter, eleito, não engoliu. A partir de então a relação entre eles inexiste.

Blatter, portador de documentos que comprometeriam Teixeira, só não os libera por temer uma reação em cadeia, que se voltaria contra ele mesmo. Problema de quem tem a esconder.

No Brasil, RT perde em absoluto sua tramitação livre em Brasília. Dilma Roussef, diz-se, não quer vê-lo nem pintado.

Para terminar, uma saúde debilitada. RT parece muito doente, desde a festa comemorativa do fim do Brasileiro-11.

Reprimido, nomeia Ronaldo e Bebeto para o Comitê, em tentativa de desviar o foco de sua pessoa.

Curiosamente, surge mais uma denúncia: a de que RT teria se utilizado da conta bancária de sua filha para receber dinheiro frio.

Aparentemente cansado do bombardeio, decide retirar-se da CBF, o que desperta revolta de algumas federações. Desiste, e segue cambaleando no comando da entidade.

Daqui a 2014, Ricardo Teixeira é protagonista da novela.

A série Copa do Mundo Brasil-14 começou. Os pitacos serão recorrentes, sobre todos.

Aviso: nem o incauto Bebeto escapará.

Confira também as partes 1, 2 e 3 deste especial!