Leão pode “delirar” no 4-3-3?

Emerson Leão é conhecido por sua rigidez de trabalho e temperamento explosivo, mas será capaz de montar um 4-3-3? Pode surpreender o futebol brasileiro e provar que ainda é um bom treinador. Leão terá de brigar com seu “eu” interior e todos os conceitos do futebol brasileiro, ou do nosso atual “futebol”.

Leão viveu anos áureos do nosso futebol. Não era centroavante marcador de gols ou zagueiro quebrador de bola, foi um dos grandes goleiros do Brasil. Passou pelas mãos de treinadores de renome e assim montou seu estilo forte para comandar equipes.

Atualmente no São Paulo, Leão tem uma chance de ouro para provar que não está ultrapassado, obsoleto, ou como dizem um “dinossauro” no futebol moderno. Acredito que é preciso se atualizar, mas devemos acreditar apostar tudo em nossas idéias e discurso.

O time base e esquema já estão definidos, ou perto. O esquema varia entre 4-4-2 losango e 4-2-3-1. Mas, Leão poderia ousar e ser considerado um “insano” pelos críticos brasileiros. Com o plantel que possui em mãos poderia usar o 4-3-3 – com triangulo de base alta ou baixa no meio – e acomodar os melhores no time titular.

São Paulo de Leão no 4-3-3

Com a chegada de Osvaldo, ou mesmo Fernandinho – ambientado no clube - e possível contratação de Nilmar, as opções se tornam abundantes e de qualidade para este 4-3-3.

A formação deste “utópico” 4-3-3 se daria com: linha defensiva composta por quatro jogadores, maior liberdade para Cortês na esquerda, um dos zagueiros cobrindo o lateral apoiador, Piris ou João Felipe como lateral-base; Meio de campo sobram opções, na primeira função Wellington tem ficha número um, Fabrício e Denílson brigam por vaga; Outro volante alinhado ao primeiro ou mais a frente, opção seria por Casemiro, Maicon e até Cicero; Jadson não seria o meia de criação, flutuando pelo meio campo, mas pode ser quem organiza a equipe, Cicero é outra opção para função; Setor de ataque o mais badalado, Lucas atacante pela direita – ‘pé preferencial’ -, Osvaldo na esquerda – ‘pé trocado’ -, ambos jogando em velocidade e infiltrando para se aproximar de Luis Fabiano, este o centroavante nível seleção brasileira, faz pivô e abre espaço chamando a marcação.

É de suma importância o acompanhamento dos atacantes pelos flancos aos laterais adversários. Wellington é volante com qualidade, mas precisa ser mais preso a marcação, sendo ele o primeiro volante. O segundo volante depende do apoio de Cortês para aparecer mais a frente. Não se espera de Jadson um grande marcador, mas no mínimo ocupar espaço é obrigação. Fazer com que todos defendam ou se esforcem para isto será a grande tarefa de Leão.

Equilíbrio é a palavra chave para o sucesso de uma equipe, sempre acompanhada com ocupação de espaço inteligente. Os três homens da frente irão depender da chegada de alguém de trás, e terão de se envolver nas jogadas ofensivas. Toca, avança, gira, recua, abre espaço, enfim movimentação. Jogadas individuais são bem vindas, mas o coletivo deve falar mais alto. Jadson flutua pelo meio, jogando onde a bola se encontra, atacante pelo lado oposto de ataque infiltra na área para opção na bola aérea.

Com time equilibrado as investidas ofensivas se dariam com cinco homens – lateral apoiador ou segundo volante, meia e o trio ofensivo. Para não deixar buracos entre setores, o time deve jogar compactado. Posse de bola com objetividade é o que se espera de todo time. Osvaldo teria parceria de Cortês, Lucas contaria com apoio de Casemiro, Jadson completaria a triangulação, ora na esquerda, ora na direita.

Sem bola não se espera um grande recuo das atacantes - abrem e ficam as costas dos laterais -, pois assim a distancia percorrida para um suposto contra-ataque seria imensa e pouco agressiva. O segundo volante recuaria e ficaria postado ao lado do primeiro, Jadson à frente, mas com incumbências defensivas.

Sei que é muita teoria, mas pode dar certo.