Sobre o retorno de Henry

Há tempos, reclamamos (com razão) do calendário brasileiro, que contém vários equívocos graves. Os melhores jogadores, por exemplo, desfalcam seus times em pelo menos 6 rodadas do Campeonato Brasileiro para servir a seleção. Todo ano se repete.

Mas há algo mais incrível que o calendário brasileiro, e atende pelo nome de Copa da África.

O torneio é disputado de 2 em 2 anos, no mês de janeiro, e reúne os melhores jogadores africanos.

A Premier League é o campeonato mais prejudicado, por dois motivos. A um, reúne quase todos os melhores jogadores africanos. A dois, pega fogo em janeiro, ao contrário dos demais campeonatos.

O Chelsea, por exemplo, tem sempre o desfalque de Essien, Obi Mikel, Kalou e Drogba.

Em 2010, o quarteto era titular absoluto, mas hoje, sob o comando de Villas-Boas, o time pode se virar bem com o sexteto Romeu, Ramires, Lampard, Sturridge, Mata e Torres.

O Manchester, mesmo não perdendo nenhum jogador importante para a competição africana, se reforçou de forma inusitada, ‘desaposentando’ o eterno Paul Scholes.

Mas a solução mágica foi dada por Arsenal, Aston Villa e Everton, copiando o que o Milan inventou.

Contando que a Major League Soccer tira férias até março, o Milan contratou David Beckham nas temporadas de 2009 e 2010, por empréstimo de 2 meses.

No caso de Beckham, a contratação teve um apelo muito mais midiático do que técnico, apesar do bom desempenho do inglês.

Nos times ingleses, porém, a oportunidade era para completar o elenco, mesmo que temporariamente.

O Everton foi bater as portas do Los Angeles Galaxy, para viabilizar o empréstimo de Donovan.

O Aston Villa, aproveitando a deixa, pediu e conseguiu o empréstimo do irlandês Robbie Keane.

O Arsenal, grande prejudicado pela Copa da África, que lhe tira Gervinho e Chamakh, foi ao Red Bull e promoveu o retorno do seu maior ídolo – Thierry Henry.

A reestreia do francês ocorreu no jogo contra o Leeds, pela Copa da Inglaterra. E foi uma das coisas mais emocionantes que eu vi.

Durante todo o jogo, milhares de torcedores usavam camisas de Henry e, quando o francês entrou em campo, mal poderiam desconfiar que ele decidiria o jogo.

Aos 32min do 2ºT, Henry recebe belo passe de Song e finaliza como fez entre 1999 e 2007. O gol definiu o jogo e classificou os Gunners para a próxima fase.

Vale a pena dar uma olhada em vídeo feito por torcedores, que vão à loucura desde o momento em que Henry entra nos gramados e se descontrolam quando o ídolo marca:


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Para quem quiser ver a cobertura do feito pela ESPN Brasil, clique aqui.
Para quem quiser ver uma compilação de momentos de Henry no Arsenal, clique aqui.
O maior jogador e maior artilheiro da história dos Gunners está de volta.
Veremos o que fará nesses 2 meses.