Sobre a meia do São Paulo


O São Paulo anunciou a contratação do meia Jádson, de 28 anos, que estava no Shakhtar desde 2005. Antes de ir para a Ucrânia, se destacou no Atlético-PR, onde fez ótima campanha no vice do Brasileiro-04, em time que tinha Fernandinho (volante da seleção), Washington (Coração Valente) e o então menino Dagoberto.

Agora, Jádson é a esperança do São Paulo para ocupar a contento a posição absolutamente carente desde 2007.

Voltemos no tempo.

No fim de 2006, o contrato de Danilo com o São Paulo se encerrava, e a camisa 10 ficaria vaga. Ainda no campeonato de 2006, Rogério Ceni abordou Hugo em jogo contra o Grêmio, pensando ser um bom substituto para Danilo.

Mas Hugo não era. Tinha boa finalização e disposição tática, mas pecava no passe, única qualidade imprescindível para a função.

Ainda em 2007, chegou ao Tricolor Jorge Wagner, que tinha a tão falada qualidade no passe. Mas também não era o cara, pois rendia muito mais quando aproveitado na ala, como se destacou no Inter-06.

A partir daí, o São Paulo peregrinou em busca de um jogador para suprir suas carências. Não foram poucas as tentativas.

A primeira tentativa foi o argentino Conca, que fizera boa temporada de 2006 pelo Vasco.

Para a temporada 2007, Conca foi emprestado para o Fluminense. No fim do ano, porém, o River Plate, da Argentina, pretendia vendê-lo em definitivo. Fluminense fizera uma proposta. São Paulo também.

Como nos conta Vitor Birner , não havia consenso sobre a contratação. Haveria que ser feito um investimento pesado, e havia dúvidas sobre se valeria a pena.

Foram ouvidas diversas pessoas, entre diretores e técnicos (inclusive Cuca), decidindo-se por desistir do negócio.

Conca foi para o Fluminense e o sucesso todos sabemos.

No fim da temporada 2009, havia novo diagnóstico de que faltava um meia de criação para a equipe.

Foi então que se especulou a contratação de Valdívia, que poderia ocupar a posição.

Diante dos valores envolvidos, o São Paulo teria recuado.

Esse interesse nunca foi admitido publicamente, mas o nome foi certamente cogitado, chegando a ponto de Jesus Lopes dizer que “Qualquer clube gostaria de contar com Valdívia”.

Na Libertadores-10, a Unversidad de Chile enfrentou (e eliminou) o Flamengo. No Maracanã lotado, um argentino chamou a atenção de todos. Ele vestia a 10 e seu nome era Montillo.

Milton Cruz teria indicado com veemência a contratação, que dependeria de cerca de 3 milhões de dólares. Passaram então a especular se ‘valia o investimento’.

Situação familiar... argentino... necessidade de investimento... dúvida...

Resposta familiar: não valia a pena.

Montillo foi para o Cruzeiro.

Para o jogador que não valia 3 milhões de dólares em 2010, o São Paulo ofereceu 6 milhões de euros em 2012.

No fim de 2010, permanecia o diagnóstico são paulino: ainda faltava um meia de ligação.

E quem foi muito comentado naquele momento foi Alex, do Fenerbahçe, cujo contrato se encerraria no mês de maio de 2011.

Alex era o meia cerebral que o Tricolor queria, e Carpegiani, então técnico, se derretia ao comentar sobre a possibilidade de contar com ele.

O Palmeiras também se interessou na contratação do jogador, que acabou dando um banho de água fria nos clubes brasileiros e renovou com o time turco por mais 2 anos.

Frustrada a contratação de Alex, a lacuna na meia prosseguia.

Foi então que Rogério Ceni conversou com Rivaldo, em jogo contra o Mogi Mirim, e especulou o que ele achava de jogar pelo São Paulo.

Diante da resposta positiva e da boa aceitação da torcida, o São Paulo contrata o pentacampeão e lhe dá a camisa 10.

Na estreia, grande exibição do veterano. E só.

Pelo resto do ano, Rivaldo se tornou mais problema do que solução.

Já no meio do ano, inclusive, o São Paulo voltava a procurar um meia, o que evidencia o fracasso da contratação de Rivaldo.

Outro que foi lembrado diversas vezes no período lacunoso da camisa 10 foi Wagner, que se destacou com Adílson Batista na Libertadores-09, quando o Cruzeiro chegou à final.

Wagner estava no Gaziantepspor, e o Tricolor Paulista tentou o meia na janela de inverno (nosso inverno), mas o time turco não facilitou a liberação.

No final da história, Wagner acertou no fim de 2011 com o Fluminense, com contrato de 4 anos.

Se não conseguiu acertar com Wagner na janela de transferência, pelo menos houve uma contratação para a posição.

Tratava-se de Marcelo Cañete, argentino da Universidad Católica (Chile), que se destacou na Llibertadores-11 e que requereria um investimento (cerca de 3 milhões de dólares).

Cenário familiar?

Sim, mas dessa vez o São Paulo decidiu por investir o dinheiro e levou o jogador, que teve grande azar com lesões.

Jogou menos de 45 minutos em mais de 6 meses. É uma grande incógnita.

Para dar um basta na lacuna, o São Paulo tenta novamente Montillo, tendo a proposta recusada pelo Cruzeiro

Volta suas atenções, então, para Jadson.

Por 3,8 milhões de euros, mais 30% do passe do garoto Wellington, Jadson é contratado para resolver os problemas de criação do São Paulo.

Tem tudo para ter sucesso na posição (meia do São Paulo) mais vazia dos últimos tempos.

Alguns lances de Jadson :