Fair Play financeiro, já!

Aprovado em setembro de 2009 e a ser colocado em prática de forma gradativa nos próximos 3 anos, o conceito de Fair Play Financeiro estabelecido pela UEFA para os clubes do Velho Mundo é constituído de 6 preceitos básicos: introduzir maior disciplina e racionalidade nas finanças dos clubes de futebol; diminuir a pressão sobre os salários e verbas das transferências, limitando efeitos inflacionários; incentivar os clubes a competirem dentro das suas capacidades; incentivar investimento a longo prazo na formação e nas infra-estruturas; proteger a viabilidade a longo prazo do futebol europeu; e assegurar que os clubes abatam os seus passivos no devido tempo.

Em resumo, nas palavras do secretário-executivo da entidade, Gianni Infantino, o objetivo maior da nova política é "fazer com que os clubes não gastem mais do que ganham", meta cujo descumprimento acarretará em sanções aos eventuais "réus", entre elas a exclusão das competições continentais.


Ameaça que já surte seus esperados efeitos. Para adequar-se aos novos tempos, o inglês Manchester City, por exemplo, elaborou uma lista de jogadores "negociáveis", a fim de enxugar o milionário elenco que conta com incríveis 63 atletas.

Mas se na Europa a preocupação com os gastos absurdos no futebol é a tônica da atualidade , no Brasil, diria o presidente da CBF, as agremiações "cagam de montão" para a questão financeira. Impulsionados pela decantada, porém não sei se real, prosperidade econômica do país, pelo aumento significativo do valor das cotas de TV, e pela constante necessidade de fazer média com suas respectivas torcidas, a cartolada tupiniquim continua a não hesitar em protagonizar incontáveis loucuras, a criar verdadeiros monstros, e, o pior, a descumprir compromissos assumidos.

No universo boleiro pentacampeão, pagam-se salários estratosféricos a pseudocraques - Kleber "Gladiador", entre muitos outros. Briga-se com co-irmãos por pseudocraques - a imbecil batalha Fla X Flu por Thiago Neves. Banaliza-se o conceito de marketing por conta de pseudocraques - o plano corinthiano para trazer o "normal" Cristhian. Atrasam-se os salários absurdos dos pseudocraques, o que torna justas as reclamações e insatisfações dos pseudocraques - o abandono de Alex Silva no Flamengo, as queixas de Roger no Cruzeiro.

Claro, qualquer proposta de fair play financeiro cá por essas bandas esbarra em dois aspectos deveras complexos: o primeiro, o tempo de execução de tais medidas, que, dada a caótica situação dos clubes, teria de ser um tanto maior que três anos. O segundo, o torcedor. Melhor, a impaciência do torcedor. Que precisaria a se acostumar com a ausência dos bons e velhos medalhões. E é aí que, para finalizar, gostaria de lhe perguntar: você sentiria mesmo falta desses falsos ídolos que andam a te enganar?

Não, né?

Então, #éfairplayfinanceirojá!

Abraço!