Faltou organização, sobrou emoção no Brasileirão.

Poderíamos dividir a análise do Brasileirão em duas partes. A primeira delas seria a "copo meio cheio". A segunda, a "copo meio vazio".

A "meio cheio" começaria pelo final do campeonato, quando emoções não faltaram. Briga boa pelo título, luta insana contra o rebaixamento. Em cada uma delas, em certa altura, quatro, cinco, seis clubes envolvidos. Cenário inimaginável na Espanha, na Itália ou na Inglaterra.

É preciso lembrar também de dois jogos de arrepiar. Espetáculos há muito não vistos cá por essas bandas, poucas vezes vistos mesmo em bandas mais glamourosas. O Santos X Flamengo, o dia em que Ronaldinho Gaúcho jogou feito Ronaldinho Gaúcho. O Fluminense X Grêmio, outro dia em que o torcedor tricolor carioca quase enfartou.

E por falar em craques, eles deram as caras. Não para bater, mas para encantar. Os da antiga - Deco, Juninho Pernambucano, Felipe e Rivaldo -, os da nova geração - Neymar, Lucas e Damião.

Por outro lado, nem tudo foram flores. Embora, após o êxtase, tudo pareça um enorme jardim. É o capítulo "meio vazio", que cumpre a lógica e começa pelo começo do certame.

Houve os velhos problemas de calendário. Que não podem ser esquecidos. Posto que, por conta deles, os times ficaram boa parte do tempo enfraquecidos.

O nível técnico foi baixo. Detalhe para o torcedor. Que deveria servir de alerta para o organizador. Que ainda faz as vezes de selecionador.

Dos problemas de arbitragem melhor nem falar. Porque, como de costume, de nada vai adiantar. E o show de horrores, ano que vem, vai continuar.

Por fim, a tabela. Especialmente a da última rodada. Cheia de clássicos. Com todos os ingredientes típicos dos clássicos. Emoção. Devoção. Gozação. Infelizmente, muita confusão. O que, para 2011, demandará organização.

Organização, aliás, que é o que falta ao Brasileirão para, se tornar, de fato, o melhor campeonato nacional desse mundão.

Ah, e para você, um abração!