A confiança do chefe.

Abel Braga, Fluminense em 2011, zaga do Fluminense
Em qualquer ramo de trabalho, contar com a confiança do chefe é importante. Diria, essencial. Com ela, trabalhamos tranquilos e motivados. E, ainda, fazemos jus ao sagrado direito humano de errar. Embora, no selvagem mercado de hoje, a cota do sagrado direito seja cada vez menor.

Durante o ano, Abel Braga, o "chefe" do Fluminense, confiou em seus pupilos zagueiros. E foi ela, a confiança, que os tranquilizou, os motivou e, também, os fez jus ao sagrado direito humano de errar. Embora, no disputado Brasileirão, eles tenham esgotado a sua cota de erros. Basta verificarmos a horrenda marca de mais de 50 gols sofridos pelo Flu no certame.

Dois dos pontos fortes do Tricolor em 2011 foram a união do seu elenco e sua sintonia com o treinador. Esta última característica fruto exatamente da política de Abel de dar preferência aos jogadores em quem confia, sobretudo se com eles já tiver trabalhado ao longo da carreira. Foi tal opção, por exemplo, a responsável pelo resgate do futebol de Rafael Sóbis, quando a maior parte da torcida já pegava no pé do atleta.

Meio-termo. No popular, sem teimosia. Ou, usando uma expressão da moda, equilíbrio. Seria essa a palavra que poderia pautar o planejamento do Flu para 2012, onde a Libertadores, sem dúvidas, será o objetivo. A ideia consistiria em juntar aos que já estão e o chefe confia, os nomes certos que complementassem um time que pecou justamente pelo desequilíbrio entre seus setores na temporada.

Carências detectadas por Abel, ao afirmar que "não temos um grupo 100% homogêneo". Deficiências que fazem a diretoria sair em busca de um zagueiro, um lateral-esquerdo e um volante.

E é nessa procura que reside o maior perigo: será apenas um zagueiro o suficiente para consertar uma retaguarda das mais problemáticas do país?

Talvez o amigo leitor tenha reparado. Se não, deixemos claro: o texto foi escrito com o máximo cuidado. Porque nele não se discute o comprometimento profissional de Leandro Euzébio e Gum, pilares de um título recente. Nem o potencial de evolução do menino Elivélton. Ou o eventual poder de recuperação de Digão. Muito menos a questão da confiança por parte do chefe, explorada lá em cima.

Mas, diz aí tricolor, por falar em confiança, seria bom começarmos o ano novo com uma zaga inteira mais confiável. Né, não?

Nosso coração agradeceria...

Abraço!

Escrito por Roberto Júnior