Como sabem, não sou afeito a táticas; acho muito mais importante a disposição e encaixe do que os números (4-4-2, 4-3-3, 3-5-2, etc).
Por outro lado, sou um profundo admirador de mudanças durante os jogos que visam alterar o panorama de forma pensada, e não o ‘tira zagueiro e bota atacante’. Gosto das alterações que exploram pontos fracos do adversário, detectados durante o jogo.
Domingo tivemos um bom exemplo dessas invertidas, nas mãos do contestado Tite, durante o Corinthians 2x1 Atlético-MG.
No começo do jogo, o Corinthians se punha na tática de sempre (4-3-3), com Danilo na meia, dois pontas (Willian e Emerson) e Liedson na frente. Cuca sabia disso, e armou o Atlético-MG no espelho do Timão, com confrontos diretos e marcação individual.
Serginho e Richarlyson eram os laterais, e marcavam de perto Willian e Emerson. Liedson brigava com os dois zagueiros. Bernard e Carlos Cesar pegavam os laterais Alessandro e Fábio Santos. O único que tinha (alguma) liberdade era Paulinho, perseguido meio de longe pelo Daniel Carvalho, mas não tinha para quem tocar a bola.
No 2ºT não tivemos grandes novidades, até que o Galo abriu o placar em jogada ensaiada de cobrança de falta.
A partir daí, Tite realizaria uma mudança que destruiria o trabalho do Atlético-MG.
Cansado da marcação atleticana que tornava seu time inoperante, o ‘professor’ deu um jeito: botou dois meias e dois centroavantes e confundiu o que vinha dando certo para o Galo.
Primeiro, tirou Danilo e colocou Alex, para armar o jogo. Mas não bastava. Tite tirou então o ótimo Willian, que vinha bem, e colocou o touro Adriano, para pesar (sem trocadilho) na área atleticana. A zaga do Galo fundiu. Para agravar, Richarlysson sentiu câimbras. Triguinho entrou em seu lugar e afundou os planos.
Adriano e Liedson ficaram na área, e o Atlético-MG não sabia como marcá-los, mesmo tentando recuar Triguinho como 3º zagueiro. Alex e Emerson armavam o jogo. Sim, Emerson foi meia, como foi no jogo contra o América-MG.
Foi assim que saiu o 1º gol: cruzamento de Alessandro em direção aos dois centroavantes.
E foi assim também que saiu o 2º gol: Emerson conduziu, como meia que era, e tocou em profundidade para Adriano, que fuzilou. Liedson estava na área, mas nem precisou.
Tite deixou Cuca com o cabelo em pé.
A invertida de Tite que deixou Cuca de cabelo em pé.
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no dia 23 de novembro de 2011
A invertida de Tite que deixou Cuca de cabelo em pé.
2011-11-23T00:32:00-02:00
Luciano Faneca
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