Por que Seedorf viria jogar no Brasil?

Seedorf

Eu esperava só uma fonte de credibilidade pra expressar o que penso e tentar reduzir os "elogios". E, ótimo, ela apareceu hoje.

Bom, tá escrito lá no Blog do PVC: "Milan oferecerá mais um ano de contrato a Clarence Seedorf". E, aí digo eu, o holandês aceitará a proposta.

Ok,  o futebol é dinâmico e suponhamos que o cara esteja cansado da Itália e queira mudar de ares. Ah, então tem o interesse do Wolfsburg, da "desorganizada" Bundesliga. Ou quem sabe - não tardaria a aparecer - uma oferta milionária da Rússia. Tá cansado de competição em alto nível, meu filho? Arábia e Estados Unidos, garanto, estariam de portas abertas.

Ora, gente, sejamos realistas, o que um jogador estrangeiro de primeira linha e que ainda é capaz de atuações exuberantes como a do clássico contra a Inter viria fazer no Brasil?

Sim, o rapaz é educado, fala português, é amigo de Ronaldo e vem desfrutar de nossas praias. Mas, e daí?

Porque não há beleza natural ou amizade no mundo que convença alguém que ainda é importante para o time que defende a suportar as mazelas do futebol brasileiro.

Pois será que você, fosse Seedorf, estaria disposto a jogar em campos que parecem várzeas?

Ou a encarar as pressões, pedradas e ameaças por parte de vândalos travestidos de torcedores?

Isso tudo sem mencionar "probleminhas" como a questão da falta de segurança, que volta-e-meia tem feito suas vítimas também no mundo da bola.

"Ô RJ, deixa de ser baba-ovo de estrangeiro, rapaz. Aqui no Brasil ele não iria enfrentar problemas de racismo como na Espanha ou na Rússia".

Claro, claro, meu caro patriota de ocasião, como é que pude me esquecer da hospitalidade de nossa terra?

Mas, ué, então tô ficando doido. Porque, lendo suas palavras exaltadas, não acredito que ela tenha sido a mesma que, pateticamente, vergonhosamente, ou o advérbio de modo que preferir, discriminou Michael, atleta do Vôlei Futuro, devido a sua opção sexual.

Atitude que, caso houvesse lógica em nossas ações, deveria provocar repúdio semelhante e ocupar as primeiras páginas de jornais e sites, conforme ocorrido quando dos episódios com Marcelo, Roberto Carlos e Neymar, em solo alheio.

Aliás, fica um apelo à imprensa. Poxa, beira à covardia. Em uma sociedade farta de informações, mas carente de pensamento crítico, é sacanagem manipular nossas pobres cabecinhas.

Certo, certo, vender jornal e ganhar audiência é o trabalho de vocês. E, deve estar escrito no manuais, "bombas", mesmo que furadas, ajudam bastante.

Mas, espera lá, né? Me fazer crer que Davids, Preud'home, Guti, Henry e Zidane vão jogar no meu time e depois me desiludir é querer me fazer de panaca.

Por mais que às vezes eu me comporte que nem um...

Boa quarta e um abraço!