Messi Yoda.


Que a Força esteja com vocês...
 
A série "Guerra nas Estrelas" dispensa maiores apresentações. Um dos maiores sucessos da História do Cinema, a saga penetra fundo no velho conflito bem X mal. Repleta de personagens marcantes, nos convida a passear por um universo fictício, mas que proporciona emoções e lições pertinentes ao mundo real e, pasmem, ao mundo do futebol.

Para quem não conhece, a obra-prima de George Lucas tem no pequenino Mestre Yoda um de seus protagonistas mais significativos. Deixado em segundo plano nos três primeiros episódios, gravados nas décadas de 70 e 80, o sereno Jedi demonstra toda a sua sabedoria e habilidade com os famosos sabres de luz, nos recentes capítulos I, II e III. É clássica a cena de "O Império Contra-Ataca" onde o heroi Luke Skywalker, ao se defrontar com uma esquisita e, aparentemente, inofensiva criaturinha verde, nem imagina estar diante daquele que completará seu treinamento.

Mas, a essa altura, quem lê o texto, além de tachar o blogueiro de "nerd", deve se perguntar o que um mero filme tem a ver com o esporte mais popular do mundo. Pois bem, eu explico.

Para merecer destaque hoje em dia, não basta a um jogador de futebol saber fazer o que dele mais se espera: jogar bola. Além de habilidade e um bom preparo físico, esse último nem sempre, é preciso ter estilo, esbanjar "personalidade", tornar-se um produto vendável.


É assim, por exemplo, que o cabelo moicano do jovem Neymar inspira o visual de guris espalhados por todo o Brasil.  Ou que o topete do português Cristiano Ronaldo tira o fôlego da mulherada dos cinco continentes. Foi assim que David Beckham, não um pereba, mas longe de ser craque, transformou-se em um dos atletas mais bem sucedidos de sua geração.

No entanto, no chamado "futebol moderno" não é apenas o visual que conta. É importante ter "raça". Habilidade na hora de conceder entrevistas. Uma declaração "bombástica"? Ah,  sempre cai bem. Via Twitter? Melhor ainda.

Dá Ibope reclamar do treinador. Mostra personalidade. É bacana "cobrar" publicamente o companheiro de equipe. Sinônimo de liderança. Poxa, é lindo fazer promessas absurdas à torcida, beijar a camisa. Demonstra comprometimento. Cantar a musiquinha da organizada? Vai fundo, traz o status de ídolo. Um carrinho desleal no adversário? Vale a pena, faz parte do batismo do "guerreiro".

Mas, infelizmente, existe um anormal espalhando o terror nos gramados por aí. Um nanico, o Yoda da bola, um caneludo chamado Lionel Messi. Porque esse cara franzino, que não é verde, mas esquisito à beça, com essa aparência de "Zé Ninguém", seria o último a ser escolhido caso aparecesse lá na pelada do fim de semana em Morro Azul. E olha só o absurdo, além da feiúra, esse perna-de-pau, melhor do mundo disparado, possui outros defeitos gravíssimos.

Vive sendo trocado de posição por seu treinador. Joga de meia, centroavante e até ajuda na marcação. Não dá um pio, só cumpre o comandante lhe pede. Dos companheiros pouco fala. Quando o faz é para, praticamente, se desculpar por levar um prêmio que, segundo ele, não merecia. E não acabou. Porque sempre ao ser questionado sobre a tola competição, criada por torcedores e mídia, entre ele e Cristiano Ronaldo, a primeira coisa que faz é minimizar a situação e valorizar o talento do rival. E, acredite se puder, nem Twitter o rapaz possui, é mole? E pensar que  somos obrigados a aturar por aqui birrinha de gente que faz uma temporada direitinha e já se acha maior que tudo e todos.

Fosse eu presidente de um clube, gastaria uma fortuna para ver Messi ministrar palestras em minhas divisões de base. Tal qual Yoda para os novos Jedi, o hermano seria aquele a trazer o equilíbrio às novas gerações. O mestre a ensinar que o maior segredo para o sucesso de um boleiro pode não estar nos seus pés, no cabelo, ou em seu rosto, mas, sim, em seu cérebro. Órgão que parece não funcionar muito bem em muito camarada que corre nos gramados do Brasil...

Uma boa noite e um abraço!