Sem pontuação e no ritmo acelerado de um coração campeão!
Era uma vez um menino chamado Roberto Junior. Nascido flamenguista, ou melhor, que acha que nasceu flamenguista, porque em um antigo álbum de fotografias tem uma foto dele, com quatro anos de idade, vestido de rubro-negro em um baile de carnaval, por influência do pai, que presentia que o seu guri saíra com gosto diferente para futebol.
Previsão confirmada uns dois anos depois, quando o menino viu no quartinho da casa da avó um quadro de um time de camisa branca, com um tal de Washington, um certo Assis, um bigodudo chamado Duílio e um cara vindo do Paraguai de nome Romerito, pelo menos era a conversa do tio Márcio, que sempre contava as histórias daquele time, e do tio Marco, o dono do quadro e que tinha um ciúme danado dele.
Assim o menino foi crescendo. Entrou no grupo escolar e passou a também defender as cores daquele time, mesmo tendo lhe rendido muita gozação dos coleguinhas flamenguistas, vascaínos e botafoguenses durante todo o ginásio.
Até o dia que o já adolescente foi morar com tia Rose e tio Marquinho em Juiz de Fora e ouviu pelo rádio um gol de barriga de um Renato, de sobrenome Gaúcho, na primeira vez que vira seu time ser campeão.
Depois de tomar consciência da vida, o tempo passou e as conquistas pararam. Aí vieram alguns rebaixamentos, tantos que ele esqueceu quantos, mas, mesmo com sofrimento, o amor permaneceu, o time renasceu, só as taças não reapareceram. Porque teve um chute de Ademar, um Furacão e um Timão pelo caminho, e a estrada seguia, o homem feito da faculdade de Viçosa desistia e partia para Guaratinguetá.
Mas nem o baixinho Romário conseguia fazê-lo vibrar, só uma cabeçada do Antônio Carlos, que fez a Cidade do Aço calar, mas ainda era pouco, até o Roger fazer-lhe o coração disparar, o mundo parecia ser o limite, mas uma Liga do Equador o levou duas vezes a chorar, era o fim, não tinha jeito.
Mas um professor Cuca fresca mostrou que tudo é possível e formou um time guerreiro, que se recusou a perder e pegou o gosto por vencer. Esse time guerreiro foi vencendo, vencendo, vencendo, empatou e perdeu algumas vezes.
Deu até a impressão de que nada daria certo de novo, mas no fim das contas sobreviveu e fez hoje, dia 5 de dezembro de 2010, o guri Roberto Junior, que o pai Roberto queria que fosse flamenguista, viver a maior emoção dos seus trinta e um anos de existência. Obrigado, Flu! Somos os campeões!
Um abraço!
Obrigado, Flu!
2010-12-06T15:55:00-02:00
Anônimo
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