Quando ser diferente atrapalhou o São Paulo.

O São Paulo talvez não seja diferente coisa nenhuma. Os erros recentes da diretoria, quem sabe, provam a tese. Depende do seu ponto-de-vista.

Mas não interessa. De qualquer forma, o Tricolor do Morumbi pode se orgulhar de pelo menos ter tentado gerir futebol de outro jeito.

E no Brasil, onde 90% dos clubes são uma verdadeira bagunça, o ato de tentar já é digno de elogios.

Quem é campeão nacional três vezes seguidas deve ter lá seus méritos, não é verdade?



No entanto, vejam só, o que era a maior a virtude são-paulina transformou-se em grave defeito. Traquinagem típica de um esporte que, nem sempre, privilegia a lógica.

Juvenal Juvêncio poderia demitir Sérgio Baresi há alguns dias.

E na vaga de seu jovem técnico, estaria agora o ótimo Dorival Júnior, recém-saído do Santos.

Mas o J.J insistiu. Prestigiou Baresi. Acreditou na continuidade e nas palavras de sua cria. A Libertadores, a obrigação de sempre, ainda era possível.

Era possível até a rodada dessa quarta, ao que parece. Derrotado por 4 a 2 pelo Grêmio, o presidente mudou de ideia. Desesperado, procura um treinador lá pelas bandas do Morumbi.

Treinador esse que não será Dorival, já no Atlético-MG.

Mas que periga a ser Luxemburgo, a pior relação custo-benefício do futebol mundial da atualidade.

É paradoxal. Se houvesse caído na vala comum da troca de técnico no meio do caminho, o São Paulo veria hoje um top de linha em seu banco de reservas.

No entanto, na ânsia, ou, para alguns, na arrogância de querer ser diferente, o Tricolor paulista arrumou uma bela de uma dor de cabeça.

Será que nos gramados nem sempre é ruim ser medíocre?

O que vocês acham?