[Libertadores] A grande Final se aproxima...

Libertadores
Final da taça Libertadores da América definida. Chivas e Internacional fazem a grande decisão sul-americana. Mais um detalhe, como o Chivas é um convidado da Comebol e não pode participar do Mundial Interclubes, o Internacional que passou bravamente sobre o São Paulo na quinta-feira 05/08/2010, foi automaticamente classificado para o Mundial.

Por falar em Internacional e São Paulo, raça não faltou aos jogadores, vontade também não. Mas faltou futebol e organização para o São paulo alcançar o objetivo máximo do ano. Aliás, organização é uma coisa que falta já há um bom tempo no planejamento do tricolor nas últimas Libertadores. Novamente um clube brasileiro desbanca o tricampeão mundial.

Parabéns ao Internacional. Os gaúchos mostraram diferenciação e foco no planejamento da competição. Isso claramente se refletiu na classificação para as finais. Estavam capengas na fase de grupos, perceberam os problemas e cirurgicamente os solucionaram a tempo, trocando um técnico que apesar de levar a equipe nas semifinais não estava agradando tecnicamente. O São Paulo insistiu em Gomes, o resultado veio a calhar. Ricardo Gomes está fora do São Paulo, tardiamente, mas está fora!



A diretoria do Colorado trouxeram reforços, mostrando conhecimento de futebol.
Mereceram a vaga e ponto. O torcedor colorado tem que comemorar a ótima fase de sua diretoria e, por tabela, do time.

O Internacional jogou com o regulamento debaixo dos braços - mesmo eu achando este regulamento falho - Fez o gol fora de casa e mesmo com a igualdade de 2 a 2 no placar final das duas partidas, mereceu a classificação, pois, além de um time melhor, eram favoritos e souberam se impor.

Muitos afirmam que o São Paulo perdeu a vaga na final pelo jogo no Sul, onde o time comandado por Ricardo Gomes, ficou demasiadamente na defesa. Talvez seja, quem sabe.

O fato é que o futebol ofensivo venceu! E Para os adeptos do futebol ofensivo, do antigo futebol arte, fica um texto de Eduardo Galeano.

O Futebol

"A história do futebol é uma triste viagem do prazer ao dever. Ao mesmo tempo em que o esporte se tornou indústria, foi desterrando a beleza que nasce da alegria de jogar só pelo prazer de jogar.

Neste mundo do fim de século, o futebol profissional condena o que é inútil, e é inútil o que não é rentável. Ninguém ganha nada com essa loucura que faz com que o homem seja menino por um momento, jogando como o menino que brinca com o balão de gás e como o gato brinca com o novelo de lã: bailarino que dança com uma bola leve como o balão que sobe ao ar e o novelo que roda, jogando sem saber que joga, sem motivo, sem relógio e sem juiz.

O jogo se transformou em espetáculo, com poucos protagonistas e muitos espectadores, futebol para olhar, e o espetáculo se transformou num dos negócios mais lucrativos do mundo, que não é organizado para ser jogado, mas para impedir que se jogue.

A tecnocracia do esporte profissional foi impondo um futebol de pura velocidade e muita força, que renuncia à alegria, atrofia a fantasia e proíbe a ousadia.

Por sorte ainda aparece nos campos, embora muito de vez em quando, algum
atrevido que sai do roteiro e comete o disparate de driblar o time adversário inteirinho, além do juiz e do público das arquibancadas, pelo puro prazer do corpo que se lança na proibida aventura da liberdade."

Um forte abraço,

Douglas Nacif.