Envolvido em polêmica, árbitro encerra carreira

Envolvido em polêmica com o Corinthians que o retirou da decisão do Campeonato Paulista contra o Santos, o árbitro Rodrigo Braghetto decidiu encerrar a carreira nesta sexta-feira. Em entrevista, o profissional do apito avisou que não irá mais entrar em campo e que está saindo do futebol profissional de forma definitiva.

"Estou encerrando minha carreira nesse momento, pois é conflitante que apite futebol, saia para viajar, fique três dias fora e meus negócios acabam atrapalhando. Não dá para se sujeitar a isso. Seria um sonho, mas a remuneração não condiz com o que deveria ser ", desabafou Braghetto.

O agora ex-árbitro se viu envolvido em polêmica por possuir negócios com o Corinthians, que fará a decisão do Paulista no domingo em jogo que seria apitado por Braghetto. Por conta do conflito de interesses, a Federação Paulista optou por retirar o nome de Rodrigo da partida e irá realizar novo sorteio às 16h.

"De forma alguma acredito que existiria influência para prejudicar ou favorecer A ou B. Já fiz jogos do Corinthians e do Santos, como árbitro tenho amigos em todos os clubes, apito há 17 anos, minha integridade e caráter nunca foi colocada a prova. Posso me equivocar em uma partida como acontece normalmente. Poderia fazer um grande jogo domingo e o campeão seria justo", acrescentou.

"Tenho uma empresa que sou sócio-diretor e que atua no clube social do Corinthians. E aí as pessoas acham que eu recebo dinheiro do Corinthians, e isso nunca foi verdade. Minha empresa faz assessoria e eventos esportivos. Sou formado em administração, em educação física e pós-graduado em ciências do esporte, não faço nada de ilegal, só exerço minha profissão. Colocamos árbitros em amistosos, escalo eles em amistosos para torná-los mais reais. Santo André, Portuguesa, tenho contrato com o São Paulo no futebol de areia, entre outros clientes, como prefeitura de São Paulo e Sesc", explicou Braghetto.​

O árbitro ainda desmentiu a FPF, que publicou anteriormente que Braghetto pediu para deixar a decisão. "Não pedi, vinha me concentrando para realizar o sonho da minha vida que é atuar em uma final de Paulista. O Coronel Marinho me ligou e pediu para eu sair para evitar problemas futuros", decretou o ex-juiz, que ainda reclamou sobre a profissão.

"Começou a atrapalhar com a obrigatoriedade de quatro testes físicos, provas teóricas, cursos de aperfeiçoamento. É absurdo ficarmos quatro dias na sede da CBF sem receber um real. Aproveito para deixar claro, já vinha pensando sobre isso e o momento é esse. Se não posso exercer esse sonho de apitar uma final de Paulista, pois existe outro trabalho, prefiro parar de apitar e seguir outro rumo, talvez até no futebol", concluiu.

Do cárdapio do Portal Terra