Emerson inspirado e Boca destemperado tornaram o Corinthians Campeão


Vaaaaaaaaaaaaaaaaaaaai Corinthians!

Este foi o slogan corinthiano para esta Libertadores. Coringão campeão de fato e de direito. Demorou, mais de cem anos, mas a esperança é a ultima que morre.

A equipe comandada por Tite foi campeã invicta, passou por campeão da Copa do Brasil, atual campeão da Libertadores e por último o temível e, atual campeão argentino, Boca Juniors.



Boca destemperado

Primeiro tempo foi de estudo entre os times, ambos com cautela em demasia, mas pudera, estamos tratando de uma final de Libertadores, não poderia ser diferente.

Falcioni não apresentou nenhuma surpresa tática no seu time. Manteve o 4-3-1-2 com Riquelme de organizador central.

É de conhecimento geral que a equipe argentina demonstra melhores resultados fora de casa, pois o adversário sai para o jogo e assim os espaços são explorados. Porém, a porém, o Corinthians não ataca como índio. Tite presa por um time organizado e que arquiteta todos seus passos com antecedência, não há chance para erros.

Diagrama tático da Conmebol : Reparem que o meio campo do Boca pende para direita. Ledesma mais avançado que Erviti e Mouche preso ao lado direito.
Espertamente o Boca soube explorar o momento de instabilidade do Cotinthians as costas de Emerson, enquanto pode. O problema era acertar a troca de passes. Faltou qualidade e inteligência ao Boca para explorar as costas de Emerson. O lateral Sosa ficou deveno. Ledesma no apoio foi fraco e sem ultrapassagens. Mouche corre, corre e nada. Para piorar era incrível como erravam passes, em especial Riquelme, natural, pois era o centro das atenções e organizador da equipe.

Porque o destempero argentino? Aconteceu o que muitos pregam, mas a verdade é que se trata de uma lenda, bazofia, fanfarrice da imprensa para criar um clima entre Brasil x Argentina. Porém, aconteceu, não há como negar. O fato existiu. O Boca, durante 10 minutos, foi um time agressivo, violento, ou apenas descontrolado, cabeça quente.

Em, mais ou menos, 10 minutos a equipe fez sucessivas faltas violentas e sem sentido algum. Primeiro Santiago Silva acertou uma cotovelada em Jorge Henrique, falta clara e digna de cartão. Segundo, Schiavi chegou atrasado, levou janelinha de Danilo e fez falta maldosa no meia corinthiano. Terceiro Riquelme fez falta desnecessária, jogador brasileiro estava recuando, perto do meio campo, mas o meia argentino fez falta infantil.

O terceiro ato – falta – argentina gerou o primeiro gol do Corinthians. Gol este que quebrou o gelo e tornou Emerson o ícone da partida.

Schiavi foi outro ícone da partida, porém, negativo ao extremo. O zagueiro experiente, 39 anos duas Libertadores, foi extremamente envolvido pelo ataque Corinthiano. Lento, saindo para dar o bote, sem cobertura e, sem tempo de bola o zagueiro fez excessivas faltas. Schiavi tinha de faze-las, pois Caruzzo não o cobria de maneira segura.

A principal arma de Schiavi era o jogo aéreo. Riquelme era o regista das bolas paradas e sempre visava o grandalhão na grande área.

Caruzzo novamente chamou atenção. Na primeira partida por não cobrir o apoio de Clemente Rodriguez e acentuar ainda mais o clarão pela esquerda. No Pacaembu pelo combate frente a frente com Emerson. O atacante brasileiro x o defensor argentino, digno de pesagem do UFC.

Caruzzo não cobriu Schiavi e quando o fez, sem qualidade, velocidade e vencido por Emerson. Um desastre.

Um dos melhores jogadores desta Libertadores foi apático no Pacaembu. Riquelme com atuação mediana no primeiro tempo e medíocre na segunda etapa.

O enganche não conseguiu impor seus lançamentos e finalizações. Simplesmente não apareceu. Sucumbiu perante marcação e, cansado não conseguiu se desfazer dela.

Mapa de calor de Riquelme. Por onde o meia perambulou em campo. Ao lado suas estatísticas.

Emerson inspirado

A exemplo de Falcioni, Tite não mexeu na estrutura de sua equipe. Segue o 4-2-3-1 sem homem de presença na área. Com esta “mudança” a equipe ganha em combatividade, movimentação e, claro, depende do espírito de luta e doação de todos para as engrenagens funcionar.

Diagrama tático segundo Conmebol : 4-2-3-1 com Emerson na "referencia".
No ínicio Emerson era extremo, winger, pelo flanco esquerdo. Danilo quem atuava mais pelo centro. O Boca, espertamente passou a jogar as costas de Emerson que, naturalmente, recompunha em menor escala na comparação a Jorge Henrique. Assim, Fabio Santos ficava sobrecarregado na esquerda tendo que ficar no mano a mano com Mouche, o canhoto enveredava para o centro para finalizar com o pé bom.

Na direita não havia maiores problemas. Jorge Henrique recuava e auxiliava Alessandro ao combate a Erviti e Clemente.

Tite logo percebeu a, ligeira, instabilidade pelo lado esquerdo. O que fez? Passou Danilo para esquerda e jogou Emerson como homem de referência.

A mudança surtiu efeito. Danilo voltava e auxiliava Fabio Santos pelo corredor esquerdo, a exemplo de Jorge Henrique na direita. Emerson passou a jogar sobre Schiavi, da esquerda para o centro. Naturalmente o camisa 11 paulista teve imensa vantagem sobre o veterano argentino, tanto em velocidade quanto em qualidade.

Mapa de calor de Emerson. Atacante teve intensa movimentação, não se restringiu a uma faixa do campo.
Primeiro tempo equilibrado e sem sustos para ambas as equipes. Apenas o momento de instabilidade citado acima quando Emerson ainda era winger.

Segunda etapa foi completamente diferente. Tite conseguiu mexer nos brios dos jogadores, era o mesmo Corinthians em campo, porém mais objetivo.

Não demorou a surtir efeito. O Corinthians se aproveitou do pior momento do Boca e soube explora-lo. Enquanto o Corinthians optava por jogar futebol o Boca tentava frea-lo com faltas que não cabem no cotidiano do futebol, ou dentro das quatro linhas.

O gol saiu após linha burra de impedimento adversária. Danilo passou, de letra, para Emerson, este dominou e finalizou para as redes.

A partir do primeiro gol Emerson se tornou o ícone da partida. O atacante passou a intimidar e provocar os defensores adversários, preferencialmente Caruzzo. A catimba não era argentina, e sim brasileira. Por vezes ate exagerada, mas presente em ambos os jogadores.

A vitoria tornava o Corinthians campeão da Libertadores. Falcioni mudou e tornou sua equipe mais “agressiva”. O treinador abdicou do 4-3-1-2 e partiu para o 4-3-3. De nada adiantou.

Novamente Schiavi apareceu, novamente negativamente. O beque recuou de maneira equivocada, Emerson ligado interceptou, passou por Cazurro e finalizou na saída de Orion. Esta era a pá de cal, o ultimo prego do caixão, a garantia do Corinthians campeão.

Emerson desequilibrou, felizmente de maneira positiva. O multicampeão nacional toma proporções internacionais, esperamos que dure até dezembro.