Análise de Elenco - Vasco


O Vasco da Gama, atual vice-campeão brasileiro, manteve a base da temporada passada. Fez uma campanha apagada no Campeonato Carioca e foi eliminado na Libertadores. Tem um meio-campo bastante criativo e conta com um dos melhores zagueiros do Brasil, Dedé.

Vamos logo ao que interessa, vem Brasileirão! Vem Vasco!

GOLEIROS - Fernando Prass, Alessandro, Diogo Silva - Fernando Prass desembarcou no Vasco em 2009. Demorou um pouco a se firmar, mas quando pegou a camisa 1, não largou mais. É um grande goleiro. Experiente e dotado de bons reflexos, é uma das vozes de liderança no grupo. Mesmo alto, esbanja elasticidade e posiciona-se bem. Contudo, aparentemente não há reserva à altura. Mesmo não sendo mais garotos, nenhum dos dois reservas enchem os olhos e deixam o torcedor tranquilo quando Prass não está sob a meta.

LATERAIS - Fagner, Thiago Feltri, Max, Dieyson - Fagner e Thiago Feltri, titulares, fazem uma boa dupla ofensiva. Ambos possuem estilos parecidos. São rápidos, habilidosos e apoiadores por vocação. Defensivamente são mais fracos e, pelo estilo de jogo, invariavelmente deixam suas brechas ao adversário. Nem de longe são ameaçados pelos reservas Max e Dieyson. Em que pese o Vasco ter opções no elenco que permitem improvisações eventuais, seria interessante buscar reforços para o setor, até em razão da baixa qualidade dos reservas.

ZAGUEIROS - Dedé, Douglas, Rodolfo, Renato Silva, Fabricio - A zaga do Vasco é emblemática. Dedé é anos-luz melhor que seus companheiros. Rápido, firme no desarme, ótimo posicionamento e antecipação, um verdadeiro monstro. Sem contar a força na bola aérea. Um dos melhores zagueiros brasileiros em atividade. Rodolfo e Renato Silva brigam por uma vaga ao seu lado. O histórico de ambos não fazem o torcedor cruz-maltino confiar cegamente neles. Contudo, no Vasco, têm jogado muito bem e superado suas limitações. Renato Silva é extremamente limitado. Sua para fazer o básico. Afobado, comete muitas faltas e constantemente erra o posicionamento. Mas tem sido regular até o momento. Rodolfo, ex-Fluminense, voltou do Leste Europeu para o Grêmio e não se firmou. Lesionou-se, não entrou bem e veio para o Vasco. Tecnicamente melhor que Renato Silva, ganhou confiança e seu futebol subiu de produção. Bom zagueiro, ao meu ver. Fabrício, ex-Flamengo, apareceu com muita pompa e jogando muito bem. Desarmava com precisão, botes certeiros, boa distribuição de jogo. Aí caiu. Começou a falhar grosseiramente. Passou por Palmeiras, Atlético-PR até aparecer no Vasco. Atualmente, na minha opinião, consegue ser pior que Renato Silva e é mera opção de banco.

VOLANTES - Nilton, Fellipe Bastos, Eduardo Costa, Allan, Romulo - Ainda que relativamente limitados e pareçam ruins a quem vê de fora, são atletas interessantes. Nilton é um bom cão de guarda. Raçudo, tem um potente chute e é um eficiente destruidor de jogadas. Eduardo Costa vive com uma lesão aqui outra ali mas seu futebol subiu de produção no Vasco e tem sido bastante útil tanto na marcação quanto na distribuição. Allan, que pode até quebrar um galho pela lateral, é um jovem muito promissor. Marca bem, é rápido e também apóia com muita qualidade. Fellipe Bastos e Romulo também possuem estilo parecido. Marcadores implacáveis, correm o campo todo e aparecem na distribuição do jogo e cooperam nas tramas ofensivas.

MEIAS - Felipe, Juninho, Diego Souza, Diego Rosa, Chaparro, Abelairas, Carlos Alberto - O meio-campo ofensivo do Vasco é de encher os olhos. De cara, conta com 4 atletas experientes e extremamente habilidosos com a bola nos pés. A começar por Juninho Pernambucano, o homem com um talento ímpar na bola parada. Tem uma visão de jogo fora do comum e dita o rumo da meia-cancha como poucos. O mesmo vale para Felipe, que arma e finaliza com precisão. Sua canhota é capaz de tiros certeiros de fora da área, em bolas paradas e dar assistências açucaradas para qualquer atacante só ter o trabalho de ir para o abraço. Diego Souza, meio 8 ou 80, é o encarregado pela organização ligeira de jogadas. Usa sua força física e rapidez para tabelar e finalizar em gol em tramas mais dinâmicas. É um grande jogador, embora oscile muito ao longo de algumas partidas. Pode marcar 2 ou 3 gols numa partida e passar completamente despercebido por outra. Carlos Alberto, o jovem veterano, parece ter acordado para a vida e querer algo a mais. A habilidade que o consagrou continua ainda que o físico não mais o acompanhe. É um ótimo meia. Desde que focado e adestrado para cumprir função tática em campo. É plenamente capaz de organizar contra-ataques e aparecer na entrada da área para finalizar. Contudo, precisa se condicionar melhor e provar, de uma vez por todas, que está de volta ao futebol.

ATACANTES - Eder Luis, Alecsandro, Kim, Willian Barbio, Jonathan, Tenorio, Pipico - Precisa de reforços. Eder Luis destacou-se no Atlético-MG pela velocidade. Não é um driblador nato, mas explora muito bem sua velocidade tanto em contra-ataque quanto nas ultrapassagens. Entretanto, não tem cacoete de matador. Muito embora valha ressaltar que no Vasco tem feito mais gols, aparecido mais para concluir, o que nem sempre foi sua função. Alecsandro vive uma relação de amor e ódio com a torcida cruz-maltina mas, dentro do aceitável, cumpre bem seu papel. É um jogador de área e invariavelmente lá está para anotar seus tentos. Não tem um físico de autêntico centroavante, mas desloca-se bem entre a zaga e costuma estar bem colocado nas finalizações. Então, de repente, não há bons reservas. Tenório lesionou-se e fica no estaleiro até o final da temporada. Kim é uma cópia mal tirada de Éder Luis. Não é tão rápido e tão participativo quanto o titular. Barbio e Pipico, na minha opinião, não passam de apostas para compor elenco.

TÉCNICO - Cristóvão Borges - Era assistente de Ricardo Gomes no Vasco ano passado. Após o então treinador sofrer um AVC, Cristóvão assumiu o comando da equipe e chegou ao vice-campeonato nacional. Nada mau para uma primeira experiência como treinador. Manteve a base organizada por Ricardo Gomes e apenas deu seguimento no trabalho. Contudo, além de inexperiente, tem dado demonstrações de fraqueza. Tanto fraqueza tática quanto junto ao grupo. Cauteloso, tem receio de impor alguma ousadia - mesmo quando necessária. Por exemplo, ao revesar Juninho Pernambucano e Felipe no meio-campo. Suas decisões vira-e-mexe permeiam o seis por meia dúzia e geram alguns atritos no elenco. Pela qualidade do grupo, as circunstâncias podem mantê-lo ou o treinador pode sabotar a qualidade do grupo e, consequentemente, a si próprio.

ANÁLISE GERAL - Não se pode bater o olho neste Vasco e afirmar que é um time fraco ou limitado. Longe disso. A grande realidade é que, do meio para a frente, é um time muito perigoso. Tanto a qualidade dos volantes, que usualmente saem para o jogo, como o talento dos meias Felipe, Juninho e Diego Souza são determinantes para o sucesso do Vasco numa partida. Contudo, o time não tem boas peças de reposição nas laterais e, principalmente, no ataque. A defesa sem Dedé também não inspira muita confiança. Por ser um time voltado ao ataque, abre muitas brechas. Cristóvão tem tentado organizar melhor a equipe defensivamente. No entanto, acaba por travar e sabotar o principal ponto forte do time.

RESULTADO - Ano passado o Vasco, mesmo campeão da Copa do Brasil, fez uma bela campanha no Brasileirão. Mas não vejo igual sorte nesta temporada. Entendo que a panela de pressão que se tornou a relação entre time - treinador - torcida pode complicar a equipe ao longo do campeonato. Ainda assim, merece o devido respeito e, creio eu, vai brigar por uma vaga na Libertadores.

Comentários (1)

Carregando... Logando...
  • Logado como
They have been a good side from the beginning! I think their strategy is to select talented children and train them to be good professionals! In many techniques they differ from other Brazilian team but still have many talented players who are waiting for a chance in the national side! http://www.curefor-snoring.com

Postar um novo comentário

Comments by