Análise de Elenco - Sport


Penúltimo clube a ser visto em nossa minuciosa 'Análise de Elenco', o Sport foi o 4º colocado no Brasileirão da Série B em 2011 e voltou à Série A após dois anos longe da elite. Com a perda do titulo pernambucano para o rival Santa Cruz, alguns ajustes no elenco começaram a ser feitas. Diego Ivo, Reinaldo e o técnico Vágner Mancini chegam enquanto Marcelinho Paraíba se despede rumo ao Grêmio Barueri.

Vale dizer que jogar na Ilha do Retiro nunca é moleza. Lá, o Leão dá trabalho para muito time grande!

Vejamos se o elenco também é forte como a Ilha do Retiro e nosso palpite sobre o futuro do Leão:

GOLEIROS - Magrão, Saulo, Matheus - Magrão é o titular e capitão do time. Experiente, defende o Leão desde 2005. Aos 35 anos, ainda mostra bom posicionamento e, sobretudo, reflexos apurados. É bastante elástico, dificilmente comete falhas toscas. Sem dúvida, um bom goleiro. Saulo, goleiro da base, é a grande aposta para o futuro. Com passagens pelas seleções de base, Saulo não sente a pressão e costuma corresponder quando exigido.

LATERAIS - Diogo Goiano, Reinaldo, Julinho, Moacir, Renato, Renê - Os dois laterais mais conhecidos são Moacir pelo lado direito e Julinho pelo lado esquerdo. Moacir, que teve uma passagem relâmpago pelo Corinthians, viveu algumas contusões, não foi bem e acertou seu retorno. No Sport, acumula boas atuações. Como a ampla maioria dos laterais brasileiros, prima pelo apoio e não pela marcação. Julinho apareceu muito bem no Avaí em 2010. Rápido e habilidoso, também cruza e passa com qualidade. Sua vocação ofensiva acaba por escancarar avenidas a serem exploradas em suas costas. No Vasco não foi bem. Creio ser boa opção ao Leão.

ZAGUEIROS - Ailson, Bruno Aguiar, César, Edcarlos, Montoya, Tobi, Wagner Silva, Willian Rocha, Diego Ivo - Muitos nomes razoáveis. Bruno Aguiar, ex-Santos, pouco apareceu no Peixe. Foi bem no Guarani. É um zagueiro sério, vigoroso que usa bem sua estatura na bola aérea. Edcarlos cresceu no São Paulo, onde viveu seu melhor momento, até a transferência para o Benfica. Sem sucesso, passou ainda por Fluminense, Cruzeiro, Grêmio e até ressurgir no Sport. Rebatedor, Edcarlos faz o simples com muita disposição. Aliás, é esforçadíssimo e só. Marca, corre, desarma aqui, falha ali. É um tanto estabanado e suas falhas geralmente são decorrentes de mau posicionamento. César é outro ícone no elenco. Está no clube desde 2008 e não é mau zagueiro. Também bastante alto, faz o estilo Bruno Aguiar mas com mais qualidade, ao meu ver. Tobi é outro bom defensor que pode atuar como volante. Bom e incansável marcador. Tive a oportunidade de acompanhar seu futebol no Juventus em 2005 e era um dos pilares da equipe que conquistou o Paulistão da Série A-2 naquele ano, atuando como volante.

VOLANTES - Diogo, Germano, Hamilton, Marquinhos Paraná, Milton Junior, Naldinho, Rithely, Rivaldo - Diogo teve uma boa temporada no Fluminense em 2009. Depois caiu, perdeu espaço e busca retomar o rumo da carreira no Sport. Volante que faz o simples, sem encher os olhos. Compõe bem o meio campo, distribui com simplicidade. Germano, ex-Santos, está no Leão desde 2010. Teve boa passagem pelo futebol japonês, destacando-se pelos gols marcados. Chega bem no ataque, é verdade. Chuta muito forte e faz bom papel na marcação. Marquinhos Paraná, veterano e polivalente, pode fazer as vezes de lateral também. Bom jogador. É outro que faz do feijão-com-arroz seu cartão de visitas. Rende melhor atuando mais recuado. Rivaldo, ex-Palmeiras, foi praticamente expulso do Verdão pela (falta de) qualidade com a bola nos pés. É rápido, esforçado e ponto. Não cruza bem, não marca bem, não passa bem.

MEIAS - Anderson Paraíba, Jackson, Thiaguinho - Com a saída do meia/atacante Marcelinho a criação ficou órfã. Literalmente. Thiaguinho é o mais conhecido tendo em vista ter atuado no Botafogo e no Fluminense. Coadjuvante, deveria ser mais participativo. Já coleciona um bom número de jogos com a camisa do Leão motivo pelo qual realmente deve chamar a responsabilidade pela criação e ditar o rumo do meio-campo. Quanto aos garotos Anderson Paraíba e Jackson chega a ser injusto deixar sob seus pés o fardo de reger a meia-cancha. Precisa de reforços urgentemente.

ATACANTES - Jael, Jheimy, Marquinhos, Roberson, Ruan, Willians, Felipe Azevedo - É um ataque muito rápido, de muita movimentação mas muito jovem. O principal nome é Jael, o Cruel. Rodou alguns clubes e nunca se firmou como titular absoluto. É bom jogador, mas é muito irregular. Conclui com frieza e é bom brigador na área. Marquinhos, ex-Inter, despontou como promessa mas perdeu espaço. Foi bem no Avaí e desembarcou no Sport. Rápido, dribla em velocidade e finaliza bem. Destaque para a visão de jogo, inclusive. Jheimy é outra boa opção para o ataque e fez bom Campeonato Pernambucano. Emprestado pelo Atlético-MG, pode ser útil ao longo da temporada. Felipe Azevedo, ex-Ceará, fez um bom Brasileirão-11 e ficou famoso após os 3 gols marcados contra o Grêmio, no Olímpico. É um jogador rápido de finalização apurada e muito oportunista.


TÉCNICO - Vágner Mancini - Por coincidência já foi retratado aqui no blog quando analisamos a equipe do Cruzeiro. Repetir que o considero um treinador fraco é chutar cachorro morto, visto que Mancini chega após mais uma demissão no currículo. Pior do que a limitação tática, técnica, etc., é o momento psicológico. Fugir dos holofotes de Rio, São Paulo, Minas pode ajudar o treinador a se reciclar, ter a oportunidade de fazer um trabalho mais regular.

ANÁLISE GERAL - Não é um time ruim. É limitado, porém aguerrido. Tem na zaga e no meio-campo jogadores raçudos, de muita pegada e que fazem o simples. Não vão ser o Barcelona de Pernambuco e encantar o Brasil. Chegam da Série B com o intuito de sonhar alto? Sim. Mas tem que pensar em permanecer em primeiro lugar. Além de pegador, tem laterais e atacantes velozes que podem dar canseira em muita defesa grande. Contudo, perdeu Marcelinho, pilar principal de toda a equipe, especialmente na organização ofensiva. Além disso, os meias e atacantes são muito jovens. Ou seja, precisa se reforçar com atletas mais experientes para aguentar a pressão de um campeonato do gabarito de um Brasileirão, independente de posição na tabela. Experiência é fundamental. Outra coisa: o técnico é fraco. Claro que o eventual mau rendimento do time não será culpa exclusiva dele, mas poderá ser responsabilizado pelo histórico recente.

RESULTADO - O elenco é limitado mas tem lá seu valor, principalmente pela força na marcação e velocidade na saída para o ataque. Contudo, a falta de experiência à frente e o comando técnico discutível me fazem crer que o Sport não deverá ir além da Zona Intermediária, correndo risco de brigar para não cair se não abrir o olho.