O cenário da Champions era muito claro: Barcelona e Real brigariam para ver quem levava o título, com Bayern e United como segunda força. O Chelsea era uma aposta com o recém-contratado técnico português André Villas-Boas e seu elenco envelhecido.
Logo na 1ª fase, o United caiu e deixou o caminho livre para os demais favoritos. Barça, Real e Bayern foram tranquilos até as semis. O quarto elemento era o Chelsea, que era muito surpreendente, mas não como se imaginava no começo.
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Villas-Boas foi desastroso, e sofreu do mal que Felipão conhece bem. Conquistou a antipatia absoluta dos líderes do elenco. Colocou Lampard no banco. E, se isso derruba técnico em qualquer time, no Chelsea a situação é muito mais grave.
Quem diz que Abramovich é o dono do clube está errado. Os donos são Lampard e Terry, veteranos dos tempos de vacas magras; Drogba, o cara mais mala e decisivo do mercado; e, por incrível que pareça, Petr Cech, cuja voz nunca ouvi.
Só descobri sua importância com os relatos da demissão de Felipão. Cech é quietão, mas tem muita moral.
Os jogadores-donos, juntos, derrubaram Villas-Boas após a derrota para o Napoli, sempre com a benção de Abramovich. Di Matteo, então auxiliar, assumiu o time com a difícil missão de reverter o 1x3 do jogo de ida. E conseguiu: o Chelsea fez 4x1 e passou de fase com jogo ofensivo.
Passado com méritos o desafio Napoli, restava para o Chelsea o Benfica. Aí desapareceu o ímpeto ofensivo demonstrado contra o Napoli. Nos jogos contra os portugueses, o Chelsea demonstrou a cara que manteria até a final: a retranca absoluta.
E funcionou. O próximo desafio era o Barça. Nem a mãe do Drogba acreditava na classificação, mas ela veio, com méritos. No Camp Nou, o Chelsea atuou com 10 e segurou o melhor time do mundo.
Do outro lado, o Bayern eliminou o favorito Real, nos pênaltis. A final dava o Bayern como favorito, por vários fatores.
Primeiro, os desfalques do Chelsea, que não contariam com Terry, Ramires, Ivanovic e Raul Meirelles.
Em segundo, o conjunto do time: o Bayern estava inteiro, estruturado, cada jogador rendia mais na sua posição.
Em terceiro, o Bayern decidiria, por coincidência (a sede da final foi decidida há tempos), na sua casa, a Allianz Arena.
Mas isso não foi o bastante.
O Bayern começou bem, dominou muito o 1ºT, mas não conseguiu marcar.
No 2ºT, mesma história, até que Kroos cruza e Müller abre o placar, já aos 38 minutos.
A comemoração desembestada do alemão dizia tudo: o título estava quase ganho.
Mas quase não basta para Didier Drogba. Em um escanteio bem mal batido, no 1º pau, Drogba se antecipa a Boateng, faz um contorcionismo com o pescoço e cabeceia no ângulo de Neuer.
O gol foi coisa de jogador iluminado. Não basta o cara ser bom tecnicamente, precisa ter estrela. E esse Drogba tem muita. É marrento, mas muito craque.
Graças ao lance mágico, o que parecia decidido foi para a prorrogação. O Bayern sentiu o baque.
Na prorrogação, em pouco tempo o Bayern retomou o domínio do jogo e o herói Drogba quase virou vilão ao cometer pênalti besta em Ribery.
Robben tinha a chance de se consagrar, mas assumiu o posto de vilão, e consagrou um novo herói: Petr Cech. O homem foi firme no seu canto esquerdo e pegou o pênalti.
O Bayern desabou de vez, e o Chelsea até melhorou no jogo. O 1x1 persistiu e fomos aos pênaltis.
Aí pintou o monstro Petr Cech. O cara ficava gigantesco no gol. Pegou dois, de Olic e Schweinsteiger.
O pênalti final ficou para ele, o herói, Drogba.
E ele não sentiu e pressão, e bateu fora do alcance de Neuer.
Fez e saiu para galera, para a torcida, para a consagração.
O Chelsea quebrou a estigma e venceu a Champions com seus heróis Drogba e Cech.
Ah, e graças à retranca de Di Matteo, incorporada pelo elenco.
Sobre a final da Champions e seus heróis
Papeado por
no dia 21 de maio de 2012
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Sobre a final da Champions e seus heróis
2012-05-21T13:46:00-03:00
Luciano Faneca
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