Em seguida, retomou o circuito Suiça-Portugal, experimentou o Japão, o Corinthians e México, jamais ficando mais de 1 ano em qualquer clube. Em 2001, articulou com seu irmão – um tal de Ronaldinho Gaúcho – sua saída repentina do Grêmio, e seguiu com o Dentuço para a França (RG10 para o PSG, Assis para o modesto Montpellier).
No fim do contrato, decidiu se aposentar, e virou o empresário do irmão talentoso, cuja carreira comandou soberanamente.
Dizem que a devoção de RG10 para com seu irmão vinha do fato de Assis ter tomado a frente da família, quando o pai faleceu.
Em 2003, levou Ronaldinho ao Barcelona, onde viu seu irmão reinar no futebol mundial, ganhando o prêmio de melhor do mundo FIFA.
Em 2008, quando ninguém em Barcelona aguentava olhar na cara de Ronaldinho – fruto de desleixo e muita balada –, Assis descolou o Milan para o craque.
Em terras italianas Gaúcho nunca se deu muito bem, e no começo de 2011 Assis achou que era hora de voltar ao Brasil.
De pronto, surgiram três interessados: Palmeiras, Grêmio e Flamengo. Cada um tinha seu trunfo. O Palmeiras vinha conversando há mais tempo; o Grêmio contava com a vontade do jogador de apagar sua saída melancólica de 2001; e o Flamengo, bom, tinha a loucura financeira costumeira.
Naquele início de mês de janeiro, Assis era o cara. Definiria onde a maior estrela dos gramados brasileiros iria jogar.
E aí ele gostou da história. Namorou com o Palmeiras e conversou de perto com Grêmio e Flamengo. Fez muito o eixo RS-SP-RJ, em presença ou por telefone. Costurou com os três envolvidos, que começaram a reclamar de leilão. Diziam que Assis fazia joguetes com propostas para levantar o salário.
O Palmeiras foi o primeiro a desistir da investida. Diziam que o ‘fator Assis’ foi fundamental.
Em seguida, o Grêmio já ensaiava festa para a apresentação de Gaúcho quando sofreu do ‘fator Assis’. Desistiu com direito a papelão.
O empresário, que já era odiado no Olímpico (em 2009, em jogo festivo de despedida de Darlei, foi vaiado em alto e bom som pela torcida gremista), agora não pode nem chegar perto do clube.
Com Palmeiras e Grêmio fora, Ronaldinho acertou com o Flamengo, com direito a apresentação de gala.
O que ficou evidenciado na história foi o método pouco liso de Assis para negociações, e o exagero nos valores obtidos do Rubro-negro, comprovados pelo tempo (o lado marketing de Gaúcho fracassou).
O peixe que Assis vendeu não vingou. A Traffic deixou o barco, e a bomba sobrou para o Flamengo, como já falamos aqui.
Em seguida, em evidência no Brasil, Assis é acusado por Alexandre Kalil, presidente do Atlético-MG, de roubar a principal promessa da base do Galo e leva-la para o Inter:
“O contrato dele estava acabando. O Assis veio, ofereceu dinheiro para a família do Fred e levou o jogador. Ele opera para o Inter. Fala que é gremista, mas tira jogadores de outros times para colocar no Internacional. Ficou um tempo com o Fred e depois mandou para lá.”Assis, cabe lembrar, ainda acha tempo para ser presidente do Porto Alegre Futebol Clube. O time, após disputar a série-A do Gauchão-10, hoje está no ostracismo.
Semana passada, Assis, que era acusado de usar o conhecimento obtido na Suíça e sonegar informações de transferências financeiras para o Banco Central.
Em primeira instância, condenação a mais de 5 anos de xadrez, em regime semi-aberto.
Recorrerá em liberdade, mas a espada está na cabeça.
Não sei se Assis fez de Gaúcho o melhor do mundo, ou se colaborou com a queda do jogador. Pode ter participado de ambos.
De qualquer modo, ganhou muito dinheiro para a família.
Assis é isso aí.
Tire suas conclusões.