Libertadores: A hora do desafio

Com passos previsíveis no transcorrer da etapa classificatória da Libertadores, nem mesmo a duvidosa Mãe Dinah duvidava da ausência dos clubes brasileiros à pedreira que é esta emocionante segunda fase da competição, beligerantemente espalhada galáxia afora pelo codinome de mata-mata.

A partir de agora, do momento que explodem corações nas arquibancadas ao frenesi elétrico da fúria das chuteiras no interior dos gramados com o início dos imprevisíveis jogos eliminatórios, nem mesmo o Diabo, que adora um rock and roll, meteria o bedelho nesse vespeiro indicando, com precisão cirúrgica, vitoriosos ou derrotados.

Com pedigree de campeão, os currículos dos pretendentes brasileiros ao título de campeão da América: Corinthians, Santos, Vasco, Fluminense e Internacional foram aprovados sem ressalvas, somente o Internacional careceu de provar alguns dados informados. Mas tudo bem, até aqui o erro era permitido. Não será mais.

Isso nem de longe significa que os clubes brasileiros estão com seus esteios chumbados com absoluta segurança para os próximos e tempestuosos desafios da Libertadores, uma porque o sucesso de ontem não necessariamente significa sucesso amanhã; outra porque - e talvez a mais importante - sempre haverá espaço para aprimorar aquilo que já está bom, pois não há trabalho suficiente que supre a contento as necessidades de uma insaciável sucuri chamada competência.

E é assim, da previsibilidade em direção a imprevisibilidade - o documento de identidade da Libertadores -, que caminha o torneio mais cobiçado da América, que não permite, a partir das oitavas de final, que as equipes demonstrem qualquer tipo de amadorismo ou que aflore, nas agruras dos cento e oitenta minutos, o imperdoável piti emocional, que é característica marcante de equipe que se borra toda num ambiente altamente efervescente que será a Libertadores a partir das próximas rodadas.

Contraproducente para as almas de personalidade humilde, os técnicos, que nos momentos delicados, adoram discursos de auto-ajuda, bem que poderiam incentivar seus comandados ao culto do narcisismo para que seus pupilos desenvolvam e aprimorarem a fortaleza da autoconfiança - uma poderosa bala na agulha para desafiar o desafio de sobreviver ao mata-mata da Libertadores da América.

Bem, em relação ao Mengo é o seguinte:

A mística Mãe Dinah também dava como certa a classificação do time do papai Joel, mas, segundo palavras da bruxa, se ferrar, aos cinquenta minutos do segundo tempo, foi mandinga encomendada. E das brabas. Coisa do Diabo.

O Diabo, pê da vida por ser responsável por todas as tragédias que por aqui ocorrem, mandou avisar que não tem culpa no cartório não. Que não curte futebol. Que somente compartilha das desgraças dos bastidores e, mesmo sendo Ele macho, não quer ser rotulado de preconceituoso, mas o fiasco do Rubro-Negro tem nome: Patrícia Amorim.

Texto de Wagner Coelho para a Coluna do Leitor.