Sobre o tal do 'crowdfunding'

Wesley no Verdão
Os times paulistas entraram na onda do crowdfunding, termo que significa algo como ‘financiamento coletivo’.

O mecanismo permite que os torcedores colaborem com a contratação de certo jogador via compra de cotas, de preços variados.

A natureza da cota também varia. Pode vincular aos direitos econômicos do jogador, sendo uma espécie de investimento. Pode também ser uma simples doação, sendo que o torcedor não obtém nenhum vínculo.

Primeiro, o Corinthians costurou a repatriação do volante Cristian, que passou pelo clube entre 2008 e 2009 e desde então joga no Fenerbahçe, da Turquia.

O plano passava pela colaboração financeira da torcida, por intermédio de um site criado exclusivamente para isso, ‘www.voltacristian.com.br’.

Cristian fez um vídeo estimulando a iniciativa, dizendo que era maloqueiro, corintiano, e que queria voltar.

Segundo disseram à época, o Fenerbahçe ficou furioso com a iniciativa, feita sem seu consentimento, e avisou de antemão que não liberaria Cristian.

A primeira tentativa de crowdfunding fracassou.

Desde o fim de 2011 o São Paulo vinha tentando fechar a contratação de Nilmar.

Como noticiado, a negociata estava acertada entre São Paulo e Villareal, faltando o acerto com o jogador.

As fontes mais confiáveis (ou melhor informadas) davam conta que o valor da contratação era de cerca de 10 milhões de euros.

Não se sabe se na esteira corintiana ou não, o valor incluiria parte bancada pela torcida, no sistema crowdfunding.

Na verdade, a diretoria são-paulina nunca explicou com precisão os moldes da negociação.

Mas nem precisou.

Como sabemos, Orlando da Hora freou o negócio, motivo pelo qual fracassou a segunda tentativa do crowdfunding (lembre aqui).

No fim de 2011, Felipão exigiu da diretoria palmeirense alguns ‘camarões’, para enfim formar um time competitivo.

Para fechar o lado direito, o técnico tinha um nome certo: Wesley, ex-Santos.

Surpreendentemente, o Werder Bremen não ofereceu qualquer resistência para negociar o jogador, e estipulou o preço: 6 milhões de euros, aparentemente divididos em 3 parcelas anuais de 2 milhões.

O Palmeiras rebolou para fechar a conta, mas parece que o ex-presidente Belluzzo arranjou um parceiro bacana para ajudar o clube na 1ª parcela.

Pelo que entendi, o negócio está fechado, pois o Palmeiras lançou a campanha para arrecadação coletiva de fundos para a contratação do jogador.

O site está inaugurado e as cotas estão disponíveis.

A propaganda começou no clássico contra o São Paulo.

O endereço ‘www.wesleynoverdao.com.br’ está funcionando a todo vapor, aguardando a colaboração da torcida.

Não sei se a arrecadação vai ser significativa, mas a iniciativa deu certo, e Wesley é o primeiro jogador contratado com esse sistema de crowdfunding.

Há críticos (como sempre) que menosprezam o mecanismo, dizendo que o torcedor não palpita na contratação, que o jogador pode se voltar contra o clube, além de outras baboseiras.

Eu acho uma excelente iniciativa, que permite ao torcedor viabilizar uma contratação significativa para seu clube.

Se meu time embarcar no crowdfunding, pode contar com umas cotas minhas.

Mas não muitas, porque não está sobrando aqui não.