Sobre a volta do futebol

Esporte de maneira geral é algo maravilhoso. É intenso, emocionante, apaixonante.

Mas não tenho dúvidas de que o futebol é o mais instigante, imprevisível e apaixonante de todos.

E olha que gostar de futebol não é fácil. Para isso, o sujeito precisa ser desprovido de alguns dos valores mais nobres.

Primeiro, precisa ser absolutamente desapegado ao dinheiro. Explico.

O torcedor paga ingressos para mais de 30 jogos (em casa) ao ano, compra camisas, adere aos programas de torcedores-associados, etc.

Poderia aplicar o dinheiro em sua vida pessoal. No dia de jogos, poderia levar sua companheira para jantar, ou comprar algum brinquedo para seus filhos.

Mas não. Gasta religiosamente seu dinheiro em ingressos ou pay-per-view, pois seu time é uma das suas principais prioridades, se não a principal.

Por outro lado, vê milhões e milhões de reais arrecadados por seu clube recebendo destinação duvidosa. São pagos empresários, jogadores apadrinhados, diretores corruptos.

Isso sem contar da tolerância necessária ao ver a administração do esporte entregue a Ricardo Teixeiras, Marco Polo Del Neros, Caixa D’Águas, entre outros.

Nos clubes, o cenário não é melhor.

Temos que lidar com jogadores super-remunerados, que não treinam, dão migué, e até fingem lesões.

Temos que lidar com o descomprometimento de vários, para quem a derrota não incomoda. Eles não são como os torcedores, que perdem a semana toda a cada derrota de sua equipe.

Para alguns jogadores, o jogo representa apenas a tarefa antes da folga. Alguns vão direto para a festa, curtir o que a vida lhes proporciona.

Isso sem falar nos nosso ídolos, que muitas vezes nos decepcionam, nos abandonam e vão jogar nos nossos rivais por dinheiro.

Tudo isso joga contra, mas a paixão do torcedor fala muito mais alto.

Meu time jogou esse fim-de-semana, e eu estou muito feliz que o futebol voltou!