O penúltimo dos marcos.

Valeu, Marcão!
Não apenas nos aspectos técnicos e táticos, o futebol brasileiro anda distante do europeu de primeira linha. Pesa, também, a questão do comprometimento.

No Velho Continente, há, ainda, a Juventus, de Del Piero.

O Liverpool, de Steven Gerrard.

O Milan, de Nesta.

O Bayern, de Lahm.

O Manchester United, de Rooney e Giggs.

O Barcelona, de Messi, Xavi e Iniesta, que, breve, segundo seu próprio treinador, será formado apenas por craques originados de suas canteras.

Mais que jogadores ou craques, símbolos, que resistem à artificialização do futebol, promovida pelo dinheiro russo, árabe ou americano, e à farra dos empresários, forças, por vezes do mal, que teimam em governar o esporte mais popular do mundo.

Por aqui, esse exército de opositores, um dia, foi numeroso.

Era composto pelo Flamengo, de Zico.

Pelo Atlético-MG, de Reinaldo.

Pelo Corinthians, de Sócrates.

Pelo Vasco, de Roberto Dinamite.

Bem lá atrás, pelo Botafogo, de Garrincha, pelo Santos de Pelé, menções obrigatórias em listas dessa natureza, não importa a época.

Feito escrevi por ocasião da despedida de Ronaldo, o "Fenômeno", dos gramados, não cabe discutir a decisão de "São" Marcos.

Feito escrevi em uma das ocasiões em que o palmeirense ameaçou deixar a carreira, é simples definí-lo: Marcos é craque, é ídolo, é "santo". Não preciso nada além disso.

Feito escrevo agora, é de se lamentar o dia de hoje. Não pela decisão. Que não cabe contestação. Sim, pelo seu significado das entrelinhas.

Depois de perder seu toque de bola. Sua arte. Sua classe. Sua Ginga. O futebol brasileiro perde um marco. O penúltimo dos marcos. Perde "São" Marcos. E continua rumo à linha de chegada da decadência. Linha essa, que, por sua grandiosidade histórica, nunca deveria cruzar.

Abraço!