O pré-jogo
No dia anterior ao clássico, José Mourinho deixou de conceder mais uma de suas famosas entrevistas coletivas.
Mandou, porém, seu assistente (o ex-jogador Karanka) dizer que o Real ia cauteloso, com 3 volantes e retranca.
Dá para entender: Mourinho foi o único que parou o Barça em decisões.
Na Champions-09, sua Inter de Milão eliminou o Barcelona nas semi-finais, em pleno Camp Nou.
Em abril deste ano, seu Real bateu o time de Guardiola na final da Copa do Rey, ficando com o título.
Confirmadas as escalações, porém, verificou-se o blefe de Mourinho: não haveriam 3 volantes, e, com Diarra fazendo companhia a Xabi Alonso no meio, Fabio Coentrão ficaria pela lateral direita. Custei a acreditar que viria pela 1ª vez um canhoto na lateral direita.
Para o Barça, tanto faz a escalação. O futebol não muda. A novidade foi o chileno Sanchez no lugar de Villa.
O jogo
Como ninguém esperava, o Real começou voando e logo abriu o placar com Benzema, após falha bizarra do goleirinho Victor Valdés. Até os 25min, domínio do Real. Até que o Barça começou a se arrumar.
Fundamental, como frisou PVC, foi a mudança tática para que, com a bola, Busquets recuasse e funcionasse como zagueiro.
O empate veio com Sanchez, após belo passe de Messi. A virada, com chute de Xavi desviado em Marcelo. O terceiro com Fábregas, de cabeça, após belo cruzamento da direita.
E poderia ter sido pior, não fosse a autopreservação que tomou conta do elenco barcelonista, já de olho no Mundial.
Notei especialmente que o Real não soube reagir às alterações de posição, mas sucumbiu verdadeiramente ao futebol do time azul-grená. Não soube como marca-lo, porque não há fórmula certeira.
Até porque, se houvesse, seria Mourinho quem deveria conhece-la.
Para o Mundial
O Barça, que começou a temporada tropeçando (principalmente fora de casa), já se acertou e vai forte para o Mundial. Se passar pelas semi-finais, poderá fazer outro jogo épico, desta vez contra o Santos.
Se Muricy viu o jogo de ontem, deve ter perdido uns 30% dos seus cabelos.
O time que enfrenta o Barça depende muito mais do adversário do que de seu próprio desempenho.
