Situação da Traffic é delicada


No Rio de Janeiro um dos assuntos mais falados é da insatisfação do Ronaldinho Gaúcho que não recebe há meses os salários que deveria receber da Traffic. Em retaliação, ele tem faltado a compromissos do Flamengo em relançamentos de produtos dos patrocinadores parceiros do clube em sua contratação.

Na entrada no gramado do Engenhão para o jogo contra o Figueirense, os jogadores titulares e reservas do Rubro-Negro vestiam duas camisas. Exceto Ronaldinho. Por baixo, a normal de jogo, com a marca Gillette no peito e Duracell às costas. Por cima, um modelo comemorativo. A estrela acima do escudo ganhou uma pequena lâmpada. Ela foi acesa em homenagem aos 30 anos do título mundial rubro-negro. Pilhas em um dos braços dos atletas faziam a estrela brilhar. Pouco antes de a partida começar, o modelo especial fora retirado.

Os executivos da P&G não viram assim. Muito pelo contrário. Vindos de São Paulo num jatinho particular, aguardaram com ansiedade a entrada do time em campo e não gostaram nada de ver o principal jogador do Flamengo sem a camisa especial. Detalhe: eles pretendiam oferecer um contrato pessoal para que Ronaldinho virasse garoto-propaganda da marca Gillette. Inconformados, acabaram desistindo.

Ronaldinho Gaúcho não participou da ação por conta de seus compromissos com patrocinadores pessoais e da relação com a Traffic.

Ontem na coluna “Painel FC”, da Folha de S. Paulo, três notas mostram que a situação financeira da empresa é delicada.

Com a crise econômica da Europa, principal mercado comprador do futebol mundial, quem movimenta essas fortunas, caso da Traffic, está correndo sérios riscos.

Torneira fechada

As consecutivas demissões na Traffic, inclusive do presidente Julio Mariz, retratam sua situação financeira. Segundo ex-funcionários de J. Hawilla, a Traffic pediu empréstimos bancários vultosos, mas a concessão de dinheiro que lhe daria fôlego foi negada por instituições financeiras. A Traffic passa por grande reformulação, sendo que um dos alvos de corte é a aquisição de direitos econômicos e federativos de jogadores.

Alvo
O foco da empresa agora é o estádio do Maracanã. Pretende fazer acordos com Flamengo e Fluminense, principais clubes que devem utilizar a arena, para facilitar sua participação na comercialização dos camarotes e áreas do Maracanã.

Devagar

Em relação aos atletas que pertencem à Traffic, é cogitado dentro da empresa que eles sejam negociados paulatinamente, para não desvalorizarem. A aquisição de novos jogadores poderá até acontecer, só que de maneira mais contida.