O futebol é meu, ninguém tasca, eu vi primeiro.


Realmente, hoje é um dia triste...

Tudo começou com Abramovich. E se não foi, me corrijam. Agora, não dou a mínima. Até porque, como diz o ditado,  vale é a intenção. E foi o russo o primeiro mi, ou bi ou trilionário, sei lá, que tenho na lembrança, a resolver brincar de dono de time de futebol. Mas, enfim, tudo bem. Digo, tudo bem para os torcedores do Chelsea, depois de Roman, uma das potências do futebol mundial.

E a invasão de dólares e petrodólares prosseguiu sem freio. No Manchester United e no Arsenal, dinheiro americano. No City, muita grana árabe. E a Premier League transformou-se no oásis de quem adotou por hobby investir no esporte mais popular do mundo. Sorte dos ingleses. Sorte desses felizes ingleses, que viram sua liga se tornar a menina dos olhos de torcedores de todo o Planeta. E, assim, nem perceberam que sua paixão fora, aos poucos, dominada por quem, à exceção da Rússia, pouco entendia ou ligava para futebol.


O futebol é meu, ninguém tasca, eu vi primeiro, ora, pois. Porque os ingleses, pelo menos, não tiveram seus corações partidos. Apenas foram obrigados a compartilhar seu amor com o restante desse mundo de Deus, inclusive com milhares de brasileiros, hoje fanáticos pelos times da Terra da Rainha.


E por falar em brasileiros, e nós brasileiros? Somos pobres, nosso futebol é desorganizado,  pouco atrativo. Não estamos na rota de nenhum ricaço. Nossos clubes, se comparados aos europeus, possuem pouca visibilidade no exterior. E, nós brasileiros,  ficamos de que jeito?

Ok, é repetitivo, enfadonho. Então, não encarem como análise e, sim, feito um desabafo. Até quando teremos de aturar a perda de nossos atletas, alguns craques, para o vil metal advindo das Chinas da vida?

É, porque uma coisa é ver seu ídolo ser "comprado" pelo dinheiro de um sheik, mas ir jogar em Londres ou em Manchester. Outra, é assistir, impotente, sua partida para uma equipe de nome impronunciável, de um país que quase nem disputou Copa do Mundo.

Ah, claro. É egoísmo da minha parte? Com certeza. Porque, ainda mais se têm dinheiro, chineses, uzbeques e qatarianos, estão no pleno direito de curtir as maravilhas do futebol.

Mas, e eu?

Caramba. Sou do país de maior tradição nesse raio desse esporte. Berço dos maiores craques que se houve notícia. Terra do Maracanã. Da única Seleção pentacampeã. E por que sou forçado a engolir a sobra, enquanto quem mal sabe chutar uma bola desfruta do meu caviar?

O futebol é meu, ninguém tasca, eu vi primeiro. Por favor, o devolvam. De preferência, junto com o Conca...

Boa semana!