Ronaldo, pão e circo.

Despedida de Ronaldo pela Seleção
Foto: Mowa Press

Nada contra.

Juro, nada contra, diria minha prima, meeesmo.

Ronaldo é um craque.

Um cracaço.

Um cracaço-aço.

O maior artilheiro de todas as Copas.

Um exemplo de superação de limites.

E, parece, um cara legal.

E até acho que mereceria algo além de um jogo contra o time "B" ou "C" da hoje fraca Romênia.

Sei lá, um amistoso diante da Alemanha, por exemplo, seria mais adequado à grandeza - sem trocadilhos - do homenageado.

Grandes ídolos merecem sair de cena diante de fortes e históricos rivais.

Assim como grandes ídolos, com grandes poderes, deveriam estar cientes de que também possuem imensas responsabilidades.

E pela enésima vez em um texto cito a velha frase do tio Ben - do Homem-Aranha - porque pela milionésima vez assisto a um personagem de prestígio em nosso esporte se comportar tal qual um cordeirinho alienado diante de mandos e desmandos de cartolas.

Ora, amigos, que clima o futebol brasileiro vive no momento para realizar uma festa de arromba se, afora os velhos problemas de evasão de jovens valores e de calendário, explodem a cada dia denúncias sobre desvios de conduta  do presidente da CBF e suspeitas de mau uso de dinheiro na construção de estádios para a Copa do Mundo?

Ok, ok, não serei repetitivo. Porque, sabemos, da farinhada da mesma sacola que é a cartolada nada de novo e positivo saírá. Mas, passou da hora de nossos atletas agirem com pelo menos um pouquinho de consciência.

Nesse caso específico, Ronaldo nos faria um grande favor se tivesse dito "não" à homenagem.

Pois, convenhamos, não serão derradeiros 90 minutos em uma Seleção que não é de um país, mas de uma Confederação, que farão diferença em uma História repleta de glórias.

Mas, sejamos justos. Não é só o Fenômeno a pisar na bola no quesito responsabilidade social. Pois se o Rei do futebol também adora se aliar a essa gente, o que esperar de seus fiéis e mortais súditos?

Aqui é assim, pão e circo da plebe à realeza...

Boa terça e um abraço!