O Santos tem Neymar...

Santos empata com Cerro Porteño, mas avança a final da Libertadores 2011, com direito a gol de Neymar
É amigos, a Copa Santander Libertadores torna-se cada vez mais surpreendente. Sim, surpreendi-me com o empate de 3 a 3 no jogo Cerro Porteño e Santos. Não pelo resultado em si, que é completamente normal, mas sim pelas situações que ocorreram durante os 90 minutos de bola rolando.

Vamos aos fatos.

Primeiramente devemos destacar o primeiro jogo do Santos em casa, onde venceu o time paraguaio por 1 a 0, sendo considerado uma boa vantagem, visto que o time paulista não sofreu gols em seus domínios, critério importante para as semifinais da Santander Libertadores. Lembrando que o critério de gols marcados fora não prevalece nas finais! Sim, o placar foi mínimo, mas foi suficiente.

Suficiente para chegar no estádio General Pablo Rojas, mais conhecido como La Olla, em Assunção e segurar a vantagem. Mas, não foi o que realmente aconteceu.

Começaram as surpresas!

Gol do Santos logo aos dois minutos da primeira etapa!

Gol marcado por - outra surpresa -  Zé Eduardo ou Zé Love, como preferirem o chamar. Aquele mesmo, contestado e vaiado por inúmeras vezes durante todo o ano pela torcida santista. Alias, era contestato com razão. Zé estava sem marcar a exatamente 14 jogos: dez pela Santander Libertadores e quatro pelo Campeonato Paulista. Nem o torcedor mais fánatico do Santos acreditava em tal proeza.
ze eduardo love santos x cerro porteño
Mas, as proezas acontecem! E como acontecem...

Após o gol do Santos a torcida do Cerro Porteño deu uma esfriada nos cânticos e gritos de ajuda ao time paraguaio. Não restava muitas alternativas aos paraguaios, era atacar ou atacar, pois nesta altura era preciso de 3 gols e não sofrer mais nenhum.

Pelas circunstâncias da partida, lembrei na hora do jogo, Avaí e São Paulo pela Copa do Brasil. O São Paulo estava na mesma situação do Santos, fez o dever de casa vencendo por 1 a 0 no Morumbi e fez um gol precoce na Ressacada. O final todos já conhecem. O Avaí conseguiu a virada, fez os três gols e classificou-se.

Mas, pensar em 3 gols do Cerro Porteño seria inveja minha?

Sim, seria muita inveja.

Inveja, pois o Santos tem Neymar.

E mesmo quando ele não quer, acontece algo genioso.

Pense em uma "bola rifada", "um chutão para aliviar a barra", a famosa "bola pro mato, que o jogo é de campeonato", pois bem, pensou?

Foi assim que Edu Dracena tentou aliviar a pressão adversária.

Mas não é que o futebol é caprichoso.

O chutão de Edu Dracena, pinga a frente de Neymar isolado no ataque.

Antes que o atacante santista alcançe a bola, Pedro Benítez toca de cabeça para o goleiro Barreto.

A desgraça estava feita.

Barreto sai do gol de uma forma estranha e  totalmente desconjuntada, para não falar bizarra.

O goleiro do Cerro Porteño conseguiu o inatingível.

Um gol contra de goleiro!

Se a missão do Cerro era fazer 3 gols e estava díficil, imagine agora marcar 4?

Quatro minutos após o segundo gol santista, Iturbe cobrou escanteio para César Benítez apenas escorar de cabeça, sozinho. A zaga santista falhou. O estádio explodiu!

Ao perceber o bom momento do Cerro no jogo, Astrada foi para o tudo ou nada. Tirou o volante Burgos e colocou o atacante Lucero. A partir dali, o meio campo do Cerro ficou desprotegido.

Foi então que Arouca pode armar e lançar para Neymar livre.

Caiu no pé de quem sabe.

Terceiro gol santista e fim do primeiro tempo.

Cerro Porteño um, Santos três.

O Cerro precisava de nada mais, nada menos, do que mais 4 gols, ou seja virar o jogo para 5 a 3.

Se não era possível imaginar 3 gols do Cerro, como imaginar 5?

É, mas o Santos voltou muito mal para o segundo tempo.

Pressão total dos paraguaios.

Enquanto isso, o Santos abusava dos chutões.

Será que achavam que o lance do segundo gol iria se repetir?

Não tardou muito e Lucero marcou o dele.

Novamente a torcida foi ao delírio.

A tática do Cerro se concentrava em alçar bolas na área, visando o terceiro gol, mas em nada resultava, a não ser a pressão para cima dos defensores santistas.

Muricy então resolveu tirar Elano que estava mal na partida, e colocou Possebon para aumentar a marcação no meio campo. Em seguida, tirou Zé Eduardo e colocou o velocista Maikon Leite, afim de deixar o Santos com um maior poder de contra-ataque.

Apesar das modificações, o Santos não conseguia criar nenhuma jogada perigosa.

O goleiro Rafael, fez defesas cruciais.

A pressão era tanta que a defesa santista acabou cedendo o empate aos 36 minutos. Fabbro recebeu no meio, livrou-se de dois marcadores e mandou a bomba certeira. Um golaço!

Faltava 10 minutos regulamentares para o Cerro marcar mais dois!

Seria possivel?

Não faltou pressão do time paraguaio.

Não faltou catimba do time brasileiro.

Até Muricy entrou na onda ao ser acertado por um "objeto".

Não, não foi uma pedra, como mencionado em algumas mídias.

Muricy foi acertado por um pirocóptero!

Sim, aquele brinquedinho que mais parece uma hélice.

Se Muricy catimbou ou não, eu não sei.

Mas, que a testa do índividuo ficou marcada, isso ficou!

E como ficou bravo o Sr. Muricy...

Alias, a torcida do Cerro que estava fazendo tão bonito antes do jogo, cantando e vibrando com seu time. Mostrou como não se comportar no intervalo. Várias pedras, não pirocópteros, foram arremessadas em direção a torcida santista, que teve que ser protegida pelos policiais. Sem contar aquele laser verde, chato, que agora virou mania em todo estádio.

A pressão paraguaia existiu até o final do jogo.

Mas o jogo ficou no 3 a 3...

Rafael manteve-se seguro.
Douglas Nacif, embaixador 2.0 da Copa Santander Libertadores
Edu Dracena perdeu a cabeça e foi expulso.

E  o Neymar...

O Neymar, só o Santos tem...

E o Santos está na grande final!

Um forte abraço,

Douglas Nacif
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