Se a Argentina respeita Maradona, por que o Brasil não pode fazer o mesmo com Ronaldo?



Maradona já cometeu todo o tipo de erro na vida. Usou drogas, agrediu repórteres, entre outras peripécias. Mas nem por isso, o povo argentino o crucificou. Pelo contrário, quando o ídolo estava frente a frente com a morte em uma cama de hospital, estavam todos lá a prestar solidariedade.

Ronaldo não é para o Brasil o mesmo que Dieguito para os hermanos. Mas, sem discussão, o Fenômeno é o maior ícone do futebol do país, desde a geração de 82. E nem precisamos citar o título de maior goleador da História das Copas para comprovar.

Tal importância não significa que o craque está acima do bem e do mal. Como qualquer outro atleta, ele merece ser cobrado pelo seu desempenho e criticado quando pisar na bola.

No entanto, o problema é como o tal direito é exercido por mídia e público.
Ronaldo virou motivo de chacotas, espalhadas por diversos sites da Grande Rede. Como diz a gíria carioca, "é onda" tirar uma casquinha da má forma física do corinthiano. Charges, montagens e outras palhaçadas dão a tônica do escárnio geral que tomou conta da Nação.



Repito, não é questão de passar a mão na cabeça do atleta, mas de ser só um pouquinho condescendente com um cara que já teve a carreira dada por encerrada diversas vezes.

Mas o vocabulário do brasileiro parece não conhecer a bendita palavra. Afinal, foi aqui que o goleiro Barbosa cumpriu pena por um crime que não cometeu, é aqui que Rubens Barrichello, apesar de bom piloto, é constantemente humilhado por não ter conseguido ser o "substituto de Senna nas manhãs de domingo e é aqui que, hoje, um dos símbolos maiores de nosso esporte mais popular é tratado como um qualquer.

Recentemente, o ator Sylvester Stallone deu uma declaração muito infeliz a respeito da Pátria Amada, ao afirmar que "lá você pode atirar nas pessoas, explodir coisas e eles dizem 'obrigado!'." A revolta, é claro, foi geral.

Porém, pensando direitinho, talvez Rocky Balboa tenha certa razão. Não atiramos em pessoas ou explodimos coisas, mas reputações nós destruímos todo dia...

Abraço!

Por Roberto Junior

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