Brasil bate EUA e mantém série invicta

A exemplo do que aconteceu no amistoso contra a Dinamarca no último sábado, a Seleção Brasileira voltou a jogar com autoridade e bateu os Estados Unidos por 4 a 1 nesta quarta-feira, em amistoso realizado no FedEx Field, em Washington. O jogo contou com grande participação do setor ofensivo verde e amarelo, principalmente de Neymar, que marcou o primeiro e deu assistências para outros dois gols.

Essa foi a oitava vitória seguida da equipe comandada pelo técnico Mano Menezes, que alcançou 10 jogos de invencibilidade. O Brasil não é derrotado desde agosto de 2011, quando perdeu por 3 a 2 para a Alemanha. De lá para cá, a Seleção empatou com a Argentina, em Córdoba, e venceu, além dos EUA, Gana, México, Costa Rica, Egito, Gabão, Bósnia, Dinamarca e a própria Argentina.

No confronto desta quarta, Mano Menezes manteve a base da escalação que bateu a Dinamarca por 3 a 1 no último sábado, visando preparar a equipe que disputará um inédito ouro olímpico nos Jogos de Londres neste ano. As duas únicas mudanças foram as entradas dos santistas Neymar na vaga de Lucas no ataque, e Rafael, que substituiu Jefferson no gol brasileiro.

E foi justamente a entrada do atacante do Santos que fez a diferença desde o início. Inspirado como de costume, Neymar chamou a responsabilidade para si logo no início do duelo, em pênalti ocorrido após jogada de Leandro Damião. O centroavante colorado ajeitou na entrada da área e bateu forte, mas a bola pegou no braço de Oguchi: penalidade marcada pelo árbitro Jeffrey Calderon.

Na cobrança, Neymar pediu a bola e bateu com classe, no canto esquerdo do goleiro Tim Howard. Um belo gol, o oitavo de pênalti do atacante na temporada - todos os outros sete foram pelo Santos, em jogos válidos pelo Campeonato Paulista e pela Copa Libertadores da América.

O camisa 11 continuou empolgado na sequência do primeiro tempo. Aberto pelo lado esquerdo, era dos pés dele que saíam as principais jogadas ofensivas da Seleção. Como aos 26min, quando o jogador bateu escanteio com precisão, na cabeça do zagueiro Thiago Silva, que finalizou para o fundo das redes americanas.

Os EUA ainda conseguiram diminuir no final do primeiro tempo, em falha do lado direito da defesa do Brasil. Depois de boa tabela no setor ofensivo, Johnson recebeu por trás da zaga e cruzou. Danilo tentou cortar, não conseguiu e Gomez chegou cabeceando, desviando para a meta de Rafael e fazendo o primeiro dos americanos.

Na etapa complementar, Neymar seguiu em noite empolgante e ainda produziu a jogada do terceiro gol brasileiro. Foi aos 6min, quando puxou a bola pelo lado esquerdo do ataque e chutou cruzado para Marcelo, que entrou desequilibrado e fez. O quarto quase saiu logo depois, em jogada idêntica do santista, mas Alexandre Pato desperdiçou ao chutar na trave.

Os EUA até esboçaram uma reação na sequência, mas não contavam com a estrela do goleiro Rafael, que fez uma série de defesas e salvou a Seleção. No fim, o lateral Marcelo achou Alexandre Pato livre por trás da marcação e deu um belo passe, deixando o atacante em condições de fazer o quarto gol brasileiro e dar números finais ao amistoso.

Oscar rejeita briga com Ganso por vaga

A sequência de duas partidas como destaque da Seleção Brasileira, nas vitórias contra Dinamarca e Estados Unidos, fez o meio-campista Oscar ganhar força para ser o camisa 10 nos Jogos Olímpicos de Londres. Como concorrente, o jogador terá Paulo Henrique Ganso, que passou por uma artroscopia no joelho e está perdendo os amistosos preparatórios do Brasil.

O jogador do Internacional, no entanto, disse que não está preocupado com a disputa.
"Espero fazer minha parte, mas o Ganso é um jogador de muita qualidade. Ele é aquele meia clássico, eu me movimento um pouco mais, mas não estou pensando em briga com o Ganso", afirmou o jogador, destaque na vitória por 4 a 1 diante dos Estados Unidos na última quarta-feira.
Oscar não marcou gols, mas comandou o meio-campo da Seleção Brasileira. Quase toda bola que chegava ao ataque passava por seus pés. Fora isso, o meia deu carrinho, brigou para recuperar jogadas e realizou o desarme na jogada que originou o primeiro gol brasileiro.

A ascensão de Oscar deixa Mano confortável com a posição visando os jogos de Londres. Porém, a contusão de Ganso tirou do treinador a possibilidade de observar um time com a presença dos dois "camisas 10" lado a lado. Tanto o colorado como o santista possuem idade olímpica.
"Claro (que tenho curiosidade de ver Ganso e Oscar juntos). Estaríamos vendo agora, se Ganso não tivesse feito a cirurgia. Seria importantíssimo ver isso agora. Porque vamos formando ideia e tirando conclusões de formações que você tem que ver na prática. A teoria é uma e às vezes bela. O Flamengo uma vez formou Romário, Sávio e Edmundo, e você viu que não deu. Você pensa uma coisa e às vezes na prática não dá certo", afirmou.
A ausência de Ganso nos amistosos em que testa o time repete a história da Copa América. Na ocasião, o meia estreou no torneio tendo feito apenas um jogo com a camisa da Seleção Brasileira, quase um ano antes, contra os Estados Unidos.
"Eu gostaria de ter Ganso exatamente para isso. Hoje estamos formando uma dupla de meio-campistas com Oscar e Hulk que se completa bem. Um é mais cerebral, e outro de força, de condução de bola, de transição, de drible... O Oscar pode fazer o melhor de sua característica que é armar", finalizou.