Análise de Elenco - Flamengo

Análise de Elenco do Flamengo para 2012
Agora no Papo de Buteco chegou a vez de apreciarmos o time brasileiro com maior torcida. O clube da massa, do amor, das crises, das confusões, de vexames, de viradas, de glórias, de tudo um muito. Exagero, afinal, "isso é Mengão!"

Flamengo é Flamengo. A força da torcida é capaz de embalar o time de maneira pouco vista, dando poder descomunal inclusive a equipes médias. Ultimamente, o amor e o ódio convivem. A chegada de Love, a Libertadores e a esperança em contar com Adriano em breve mobilizam a torcida favoravelmente. Porém, a instabilidade de Ronaldinho, os vacilos em casa, um meio-campo fragilizado e uma zaga ainda capenga frustram a apaixonada torcida.

Jogador em destaque Ronaldinho Gaúcho
Clube : Clube de Regatas Flamengo.
Fundado em 17/Novembro/1895
Endereço: Av. Borges de Medeiros, 997
Lagoa (Gávea) - Rio de Janeiro/RJ
Estádio : Gávea
Campeonatos Brasileiros : Campeonato Brasileiro Série A em 1980, 1982, 1983, 1987*, 1992 e 2009.
Site Oficial : http://www.flamengo.com.br
Classificação no Brasileiro 2011 : 4º Lugar
Jogador em destaque : Ronaldinho Gaúcho (Meia Atacante)

Chega de lenga-lenga, vamos ver o que o Flamengo traz para o Brasileirão:


GOLEIROS - Felipe, Paulo Victor, César e Marcelo Carné - Bons goleiros. Felipe, polêmico e um tanto circense em suas defesas, protege bem o gol rubro-negro. Transmite segurança, catimba bem o jogo e, apesar de colecionar alguns rebaixamentos, firmou-se como um dos melhores goleiros do país. Paulo Victor não é um mau reserva. Mas também não faz nada de extraordinário. Contudo, o garoto César tem futuro. Por coincidência, assisti à final da Copa São Paulo ano passado entre Flamengo e Bahia, com vitória rubro-negra por 2 a 1 e César encheu meus olhos. Mostrou um talento impressionante sob as traves. Olho nele!

ZAGUEIROS - David Braz, Welinton, Frauches, Gustavo, González, Marllon - A zaga é boa, mas as pixotadas recentes, especialmente contra o Olímpia, no Engenhão, quando abriu 3 a 0 e permitiu a reação dos visitantes deixam o torcedor com uma pulga atrás da orelha. David Braz e Welinton foram uma dupla alta, vigorosa e forte na bola aérea. González, da Seleção Chilena, chegou para dar mais experiência e estabilidade ao setor composto por muitos jovens. Outro bom zagueiro. Os demais compõem o elenco sem a qualidade dos titulares, além de serem bem mais jovens. Por mais promissores que sejam, há juventude demais no miolo de zaga.


LATERAIS - Léo Moura, Galhardo, Digão, João Felipe, Junior Cesar, Magal, Rodrigo Alvim - Outro setor de qualidade. Léo Moura pela direita e Junior Cesar na esquerda são velozes e apoiam muito bem. Deixam a desejar um pouco na marcação e ocasionalmente abrem algumas avenidas, mas compensam pela disposição e presença ofensiva. Galhardo e Magal, respectivos reservas, são úteis. Entretanto, quebram um galho somente a curto prazo, ou seja, não comprometem enquanto durar uma suspensão por cartão, por exemplo.

VOLANTES - Airton, Maldonado, Luiz Antonio, Muralha, Lorran, Rômulo, Williams - Todos inteiros são ótimos. Airton na proteção da zaga é um monstro. Alto, forte e pegador. Exagera na força em alguns momentos, é verdade. Williams, o carrapato. Desarma demais e sai para o jogo com simplicidade. Carrega o piano na meia-cancha. Maldonado já viveu melhor fase. Mais velho, vive no estaleiro e joga pouco. Muralha e Luiz Antonio, garotos, vão se acostumando a figurar no time principal e evoluem passo a passo.

MEIAS - Renato Abreu, Adryan, Bottinelli, Camacho, Kleberson, Thomás - A versatilidade de meias e volantes que ora podem atuar mais recuados, ora mais avançados não esconde a dependência da equipe dos lampejos de Ronaldinho, que tem atuado mais à frente. Renato Abreu ajuda tanto na marcação quanto na distribuição do jogo, sem contar a qualidade na bola parada e nos arremates de fora da área. Bottinelli se esforça, contudo não é um meia cerebral. Conduz bem e chega bem no ataque mas é um tanto instável. Adryan e Thomás, promessas da base, são dois meias talentosos. Só que não tem suporte suficiente para assumir uma responsabilidade na qual ainda não é o momento adequado de aguentarem. Entradas esporádicas na equipe podem engrandecer os garotos e melhorar o rendimento da equipe. Kleberson vive situação parecida com a de Maldonado, todavia, tem mais estrela. Quando está em condições, rende bem e colabora positivamente para a equipe. Mostra que ainda tem lenha para queimar.

ATACANTES - Deivid, Diego Maurício, Negueba, Lucas, Ronaldinho, Vagner Love - Apesar dos altos e baixos de Ronaldinho e Deivid, não merecem ser subestimados. Ronaldinho, que já foi melhor do Mundo duas vezes, é craque. Embora seja um tanto desleixado, meio relapso dando a impressão de que joga quando quer, é diferenciado. O futebol brasileiro permite que seu talento desequilibre qualquer partida. Deivid, centroavante, é um matador em mau momento. Conhece bem da área, finaliza com qualidade, mas também desperdiça gols com frequência. O último vacilo do atacante até rendeu post especial (clique aqui). Ao contrário do que a torcida flamenguista canta e enaltece, o Flamengo não está na figura de Adriano. Está em Vagner Love. Sempre envolto a uma bela farra e uma polemicazinha o Artilheiro do Amor nunca deixou a desejar no campo. No Flamengo, vira protagonista de praticamente todas as tramas ofensivas, seja convertendo gols ou preparando jogadas. Atua bem tanto como segundo atacante quanto mais centralizado na área. Ótimo jogador. Negueba e Diego Maurício também equivalem à Adryan e Thomás. Promessas que aos poucos são lançados no time titular, jogam nos mistões para poupar titulares, enfim. Contudo, ao meu ver, são bem limitados.

TÉCNICO - Joel Santana - Considero Joel um bom treinador. Sua mágica prancheta e seu jeitão de paizão falam bem com o elenco. Dificilmente Joel perde o controle do grupo. Entende muito de futebol. O problema é seu estilo. Mal comparando, é uma versão carioca do Tite. Trava o time e não consegue explorar o máximo do potencial ofensivo dos jogadores à disposição. Isso o sabotou no Cruzeiro, por exemplo. Além disso, a falta de títulos expressivos também pesa contra o treinador.

ANÁLISE GERAL - A base do Flamengo está em meia-cancha bem servida que alia experiência, força e qualidade na criação. O meio-campo equilibrado dá suporte ao ataque que conta com dois craques. As laterais também fazem a diferença. Contudo, o sistema defensivo deixa um pouco a desejar embora conte com boas peças.

RESULTADO - O conjunto do Flamengo é forte e merece respeito. Mesmo instável, se embalar no Brasileirão, a torcida se encarrega de manter o time no topo. Há de se ressaltar o bom momento do futebol carioca com 3 representantes na Libertadores após terem ficado entre os 5 primeiros no Brasileirão. Pelo equilíbrio do elenco e pela evolução nos últimos campeonatos nacionais, não vejo o Flamengo fora da briga pelo título.